Um Sublime Peregrino

"É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios." Bezerra de Menezes (Mensagem "Unificação", psicografia de Francisco Cândido Xavier - Reformador, agosto 2001)

quinta-feira, 18 de março de 2010

O cuidado com as palavras


O cuidado com as palavras
Livro: As vidas de Chico Xavier
Marcel Souto Maior

Chico sempre se sentiu sob vigilancia constante. Seja de espiritos, quanto fosse de pessoas vivas.

Um dia, na Fazenda modelo, arrancou inocentemente uma laranja do pé e ouviu a censura: "Ladrão". Emmanuel poderia pegá-lo no flagrante a qualquer momento. E entrava em cena contrariado quando seu protegido usava palavras inconvenientes, falava em tom áspero ou dava sinais de agressividade ou impaciencia com alguem, mesmo tendo ele a razão.

Com o tempo, Chico passou a apostar na frase "mal é o que sai da boca do homem" e começou a construir um discurso sob medida. Logo ele se tornou um mestre em eufemismos.

Chico passou a aconselhar os amigos no Centro Luiz Gonzaga:

- Até punhaladas e tiros temos recebido de volta por mau uso da palavra. Um dia, porque adverti um companheiro sem vestir-me da humildade, recebi, quando menos esperava, um tiro projetado sobre mim com força de um pensamento carregado de ódio.

A humildade, para ele, funcionaria como escudo em várias ocasiões. Numa delas, ele levou um tombo, caiu de costas e bateu a cabeça no chão. Já estava pronto para reclamar, quando Emmanuel ordenou:

- Agradeça.

- Como?

- Agradeça, vamos.

Ainda no chão, Chico levantou um pouco a voz e acatou:

- Obrigado, muito obrigado.

A voz do amigo invisível decifrou o enigma:

- Se você se irritasse, emitiria vibrações quase iguais às deles e eles ficariam com mais força para acessar voce.

O tombo segundo o protetor tinha sido provocado por "espiritos de baixa vibração".

*******
Parece que Chico tinha aprendido a lição.

Numa noite quando já se preparava para dormir suas três horas de sono, foi surpreendido pela visita de uma figura diabólica.

- Voce me chamou?

A voz era arrepiante. Chico ia dizer a verdade, quando Emmanuel o aconselhou a trocar o "não" por um "sim" estratégico.

- Chamei sim senhor.

- E o que você quer?

Chico arriscou uma resposta política:

- É que a vida está tão dificil que eu queria que o senhor me abençoasse em nome de Deus ou em nome das forças em que o senhor crê.

O recem chegado perdeu o rebolado e insultou:

- É só a gente aparecer que você cai de joelhos né.

Depois sumiu.

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