Um Sublime Peregrino

"É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios." Bezerra de Menezes (Mensagem "Unificação", psicografia de Francisco Cândido Xavier - Reformador, agosto 2001)

domingo, 13 de junho de 2010

Sempre vivos


"Ora, Deus não é de mortos, mas,

sim, de vivos. Por isso, vós errais

muito." - Jesus - Marcos 12:27

Considerando as convenções estabelecidas em nosso trato com os amigos encarnados, de quando em quando nos referimos à vida espiritual utilizando a palavra "morte" nessa ou naquela sentença de conversação usual. No entanto, é imprescindível entendê-la, não por cessação e sim por atividade transformadora da vida.

Espiritualmente falando, apenas conhecemos um gênero temível de morte - a da consciência denegrida no mal, torturada de remorso ou paralítica nos despenhadeiros que marginam a estrada da insensatez e do crime. É chegada a época de reconhecermos que todos somos vivos na Criação Eterna.

Em virtude de tardar semelhante conhecimento nos homens, é que se verificam grandes erros. Em razão disso, a Igreja Católica Romana criou, em sua teologia, um céu e um inferno artificiais; diversas coletividades das organizações evangélicas protestantes apegam-se à letra, crentes de que o corpo, vestimenta material do Espírito, ressurgirá um dia dos sepulcros, violando os princípios da Natureza, e inúmeros espiritistas nos têm como fantasmas de laboratório ou formas esvoaçantes, vagas e aéreas, errando indefinidamente.

Quem passa pela sepultura prossegue trabalhando e, aqui, quanto aí, só existe desordem para o desordeiro. Na Crosta da Terra ou além de seus círculos, permanecemos vivos invariavelmente.

Não te esqueças, pois, de que os desencarnados não são magos, nem adivinhos. São irmãos que continuam na luta de aprimoramento. Encontramos a morte tão-somente nos caminhos do mal, onde as sombras impedem a visão gloriosa da vida. Guardemos a lição do Evangelho e jamais esqueçamos que Nosso Pai é Deus dos vivos imortais.

(De "Pão Nosso", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

Pai nosso


"Pai Nosso..." - Jesus. (Mateus, 6:9).

A grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas.

Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz.

De início, o Mestre Divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas.

É necessário começar a continuar em Deus, associando nossos impulsos ao plano divino, a fim de que nosso trabalho não se perca no movimento ruidoso ou inútil.

O Espírito Universal do Pai há-de presidir-nos o mais humilde esforço, na ação de pensar e falar, ensinar e fazer.

Em seguida, com um simples adjetivo possessivo, o Mestre exalta a comunidade.

Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas.

Compreenderemos as necessidades e as aflições , os males e as lutas de todos os que nos cercam ou estaremos segregados no egoísmo primitivista.

Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem a Terra pertencem-nos, de algum modo.

Os soluços de um hemisfério repercutem no outro.

A dor do vizinho é uma advertência para a nossa casa.

O erro de um irmão, examinado nos fundamentos é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita gerando causas perigosas e, por isso, tragédias e falhas dos outros afetam-nos por dentro.

Quando entendemos semelhante realidade, o "império do eu" passa a incorporar-se por célula bendita à vida santificante.

Sem amor a Deus e à Humanidade, não estamos suficientemente seguros na oração.

Pai nosso... - disse Jesus para começar.

Pai do Universo... Nosso mundo...

Sem nos associarmos aos propósitos do Pai, na pequenina tarefa que nos foi permitido executar, nossa prece será, muitas vezes, simples repetição do "eu quero", invariavelmente cheio de desejos, mas quase sempre vazio de sensatez e de amor.

Emmanuel
(De "À Luz da Oração", de Francisco Cândido Xavier - Espíritos diversos)

sábado, 5 de junho de 2010

Conquistar a vida


CONQUISTAR A VIDA
Rindo e refletindo com Chico Xavier
Richard Simonetti
Comentando a vivência evangélica, diz Chico:
-- Jesus não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Só pediu que nos amássemos uns aos outros.
Não é preciso grande esforço de raciocínio, à luz da Doutrina Espírita, para constatar que estamos na Terra para desdobrar experiências em favor de nossa evolução.
Nosso destino é a perfeição.
Seremos, um dia, prepostos de Deus.
Desfrutaremos a felicidade da plena integração nos ritmos da harmonia universal.
Chegaremos onde Jesus está, assim como ele esteve onde estamos.
E tanto mais depressa atingiremos esse objetivo quanto maior o nosso empenho em cumprir os desígnios divinos, definindo o que Deus espera de nós.
Jesus foi o professor que veio nos ajudar, acelerando nossa jornada. Sua contribuição maior: ensinou-nos que o Amor é a Lei Suprema.
Amor que emana de Deus, a estender-se por todo o Universo.
Estaremos harmonizados com a Criação quando formos capazes de amar em plenitude. As dificuldades nesse particular não se exprimem em deficiência, mas em displicência.
Nossos interesses giram em torno do egoísmo, a exacerbada preocupação com o próprio bem-estar, a gerar os males que nos afligem.
A Doutrina Espírita nos oferece o caminho para superar o egoísmo, a partir da máxima de Allan Kardec: "Fora da Caridade não há salvação".
Entenda-se a expressão "salvação" não no sentido escatológico, de consequência das ações humanas na vida espiritual já que, sob o ponto de vista espírita, ninguém está perdido.
Somos filhos de Deus e permanecemos sob sua égide. Uma só alma que se perdesse e Deus teria falhado em seus objetivos, Por mais longe nos levem nossos desatinos, ainda assim permaneceremos nos domínios de Deus.
O termo "salvação" significa que nunca estaremos bem, enquanto não nos ajustarmos às leis divinas, dentre as quais se destaca justamente a lei maior, o Amor.
Para exercitá-la, é imprescindível um desprendimento total de nós mesmos para uma comunhão total com Deus, a meta suprema de nossas almas.
A caridade é o caminho.
À medida que, para sermos caridosos somos obrigados a combater o egoísmo, começamos a caminhar.
Hoje a passos lentos, vacilantes, empolgados tão somente pelo desejo de construir um futuro melhor.
Amanhã, a passos largos e fáceis, à medida que, pelo exercício da caridade, atingirmos os domínios do Amor.
Estaremos exercitando a caridade sempre que empenhados em fazer algo pelo próximo, seja o que está mais perto de nós, debaixo do mesmo teto, seja o que enfrenta penosas privações, na periferia.
Há que se considerar, como ensina Chico, que é infinitamente mais fácil transpor as montanhas da indiferença para exercitar o amor ao próximo a partir da caridade, do que conquistar o Everest.
Em busca de efêmeras glórias mundanas, arrojados e impetuosos alpinistas morreram na vã tentativa de chegar ao topo do gigante do Himalaia.
Melhor conquistar a Vida, buscando nossos irmãos nos socavões do infortúnio, aquela vida abençoada da expressão evangélica, que vibra em nossas veias quando nosso cérebro povoa-se de ideais e nossas mãos movimentam-se nos serviços do Bem

ORGANISMO MEDIÚNICO COLETIVO









ORGANISMO MEDIÚNICO COLETIVO

Estávamos, dias atrás, ouvindo a lúcida palavra de Irmão José, através da faculdade psicofônica do médium, ao afirmar que a Terra pode ser considerada um organismo coletivo de natureza mediúnica.
Dizia ele, na oportunidade, que o orbe planetário, em regime de urgência, está necessitando que os homens o envolvam em boas palavras e bons pensamentos, desencadeando atitudes positivas que se oponham às ações inconsequentes que vêm estabelecendo o caos e colocando sob severa ameaça toda a Humanidade.
Ainda discorrendo sobre o assunto, esclareceu que os Espíritos Superiores, do ponto de vista coletivo, têm encontrado enorme dificuldade no que tange à recepção das ideias elevadas que transmitem aos homens, com seu espaço de influência, na mente das criaturas, a diminuir drasticamente.
E voltou a enfatizar que, assim como são feitas campanhas contra o chamado “aquecimento global”, uma campanha de combate ao pessimismo e à descrença, às palavras torpes e aos pensamentos doentios, quase generalizados, carece de ser levada a efeito no sentido de facilitar a ação dos espíritos que procuram deter a marcha dos infelizes acontecimentos em curso.
Quando o preclaro Benfeitor terminou a oportuna alocução, ficamos, com outros amigos desencarnados, a meditar sobre a profundidade de suas sábias colocações, porque nunca havíamos pensado que a Humanidade, como um todo, igualmente constitui um organismo mediúnico que vive constantemente em sintonia com os desencarnados a rodeá-la.
Os Espíritos Superiores não dispõem de outro instrumento de influência sobre os homens que não seja o do pensamento! Entretanto, se os homens não se colocam, pelo menos, na mínima condição receptiva ideal, eles como que “pregarão no deserto”...
O Evangelho nada mais representa que a condensação doutrinária do Pensamento do Cristo que, há mais de dois mil anos, vem procurando, sem qualquer imposição, moldar o pensamento humano em novas bases.
Neste alvorecer de milênio, a Humanidade em transe coletivo, de maneira inconsciente, vem permitindo o avanço das Trevas em oposição às Falanges da Luz. Daí, a causa de a Terra, refletindo a insanidade da criatura, estar revolvendo-se em suas entranhas, como alguém que, depois de ter ingerido alimento deteriorado, anseia por lançá-lo fora.
Irmão José, em suas ponderações, considerou que semelhante processo, por assim dizer, é irreversível, mas que pode ser amenizado em seus efeitos, desde que cada “célula” do organismo coletivo tome consciência da situação e assuma a responsabilidade de trabalhar para “oxigenar” os seus pulmões espirituais.
Portanto, por mais estreito seja o nosso círculo de atuação junto à comunidade encarnada e desencarnada, não mais adiemos a Campanha das Boas Palavras e dos Bons Pensamentos!
A Terra, mãe de todos os homens, está necessitando ser acariciada pelos filhos que, até o presentemente momento, somente a têm tratado com desdém e ingratidão, em tremendo processo de vampirismo que a esgota nas energias que lhe são vitais.
INÁCIO FERREIRA
Uberaba -MG, 20 de abril de 2010

Ajuda-te


Rogando amparo ao Senhor, não olvides a prestação de amparo a ti mesmo.

*

Deus concede ao lavrador a luz do sol, a bênção da chuva e o favor do vento, mas não lhe dispensa o próprio suor, no trato da sementeira, para que a colheita lhe surja às mãos por recurso divino.

Concede ao artista o mármore bruto, o buril e a inspiração generosa; entretanto, não o exonera do próprio labor na consecução da obra prima.

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Pedirás o concurso do Céu em teu benefício; entretanto, de que valeria a bênção do Alto, se te consagras, deliberadamente, ao menosprezo da própria vida?

O médico mais competente nada conseguirá na assistência ao enfermo que não deseja curar-se e o professor mais exímio nada alcançará do aluno que foge sistematicamente à lição.

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Não basta rogar alguém auxílio para que se veja auxiliado com segurança.

É imprescindível o senso de responsabilidade de viver para que as vantagens da existência nos engrandeçam o espírito.

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A oração será sempre o desejo expresso, exigindo esforço próprio, a fim de concretizar-se.

Lembremo-nos de que um edifício não se ergue do solo tão-somente pela beleza e pelo merecimento da planta.

A prece que nos exterioriza o anseio de progresso e de luz é o projeto louvável de nossa melhor esperança, mas se em verdade pretendemos chegar ao progresso e à luz, que anelamos ardentemente, é preciso nos disponhamos a lutar e sofrer, trabalhar e servir na construção de nosso ideal.

*

Ajudemo-nos cada dia para que o Céu nos ajude com o devido proveito, de vez que o Céu ajuda sempre mas nem sempre sabemos aquilo que procuramos para fixar em nosso caminho a incessante ajuda celestial.

(De "Instrumentos do Tempo", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

Um Sublime Peregrino

Um Sublime Peregrino