Um Sublime Peregrino

"É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios." Bezerra de Menezes (Mensagem "Unificação", psicografia de Francisco Cândido Xavier - Reformador, agosto 2001)

sexta-feira, 16 de março de 2012

Pensamento de Herculano Pires


"Enganam-se os que pensam nos mortos como mortos. Eles estão mais vivos do que nós, dispõem de visão mais penetrante que a nossa, são criaturas mais definidas podem ver-nos, visitar-nos e comunicar-se conosco com mais facilidade e naturalidade preciso que não nos esqueçamos deste ponto importante: os homens são espíritos e os espíritos nada mais são do que homens libertos da injunções da matéria.

O tema, aparentemente sinistro devido ao milenar obscurantismo do clero católico, não tinha mistério para Herculano Pires. Conhecia as provas da imortalidade do ser humano obtidas por cientistas mundialmente famosos e pesquisara, ele mesmo, a mediunidade por mais de quarenta anos.
Vide a obra de Jorge Rizzini "Herculano Pires - O Apóstolo De Kardec".

quinta-feira, 15 de março de 2012

Obsessão

Obsessão Espiritual
"A obsessão é a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais." (Allan Kardec)
"É a ação nefasta e continuada de um espírito sobre outro, independentemente do estado de encarnado ou desencarnado em que se encontrem"(Dr. José Lacerda).
A obsessão implica sempre ação consciente e volitiva, com objetivo bem nítido, visando fins e efeitos muito definidos, pelo obsessor que sabe muito bem o que está fazendo. Esta ação premeditada, planejada e posta em execução, por vezes, com esmero e sofisticação, constitui a grande causa das enfermidades psíquicas. Quando a obsessão se processa por imantação mental, a causa está, sempre em alguma imperfeição moral da vítima (na encarnação presente ou nas anteriores), imperfeição que permite a ação influenciadora de espíritos malfazejos.
A obsessão é a enfermidade do século. Tão grande é o número de casos rotulados como disfunção cerebral ou psíquica (nos quais, na verdade, ela está presente) que podemos afirmar: fora as doenças causadas por distúrbios de natureza orgânica, como traumatismo craniano, infecção, arteriosclerose e alguns raros casos de ressonância com o Passado (desta vida), TODAS as enfermidades mentais são de natureza espiritual.
A maioria dos casos é de desencarnados atuando sobre mortais. A etiologia das obsessões, todavia, é tão complexa quanto profunda, vinculando-se às dolorosas conseqüências de desvios morais em que encarnado e desencarnado trilharam caminhos da criminalidade franca ou dissimulada; ambos, portanto, devendo contas mais ou menos pesadas, por transgressões à grande Lei da Harmonia Cósmica Passam a se encontrar, por isso, na c ondição de obsidiado e obsessor, desarmonizados, antagônicos, sofrendo mutuamente os campos vibratórios adversos que eles próprios criaram. A maioria das ações pernici osas de espíritos sobre encarnados implica todo um extenso processo a se desenrolar no Tempo e no Espaço, em que a atuação odiosa e pertinaz (causa da doença) nada mais é do que um contínuo fluxo de cobrança de mútuas dívidas, perpetuando o sofrimento de ambos os envolvidos.
Perseguidores de ontem são vítimas hoje, em ajuste de contas interminável, mais trevoso do que dramático. Ambos, perseguidor e vítima atuais, estão atrasados na evolução espiritual. Tendo transgredido a Lei da Harmonia Cósmica e não compreendendo os desígnios da Justiça Divina, avocam a si, nos atos de vingança, poder e responsabilidade que são de Deus.
As obsessões podem ser classificadas em simples (mono ou poli-obsessões - por um obsessor ou por vários obsessores), ou complexa, quando houver ação de magia negra, implantação de aparelhos parasitas, uso de campos-de-força dissociativos ou magnéticos de ação contínua, provocadores de desarmonias tissulares que dão origem a processos cancerosos. Assim, os obsessores agem isoladamente, em grupos ou em grandes hordas, conforme o grau de imantação que tem com o paciente, sua periculosidade, os meios astrais de que dispõem, a inteligência de que são portadores, e sua potencialidade mental. De todos os modos são terríveis e somente com muito amor e vontade de servir à Obra do Senhor, faz com que nos envolvamos com eles.
Os tipos de ação obsessivas podem acontecer em desencarnado atuando sobre desencarnado, desencarnado sobre encarnado, encarnado sobre desencarnado, encarnado sobre encarnado ou ainda obsessão recíproca, esses dois últimos, estudados sob o título de Pseudo-Obsessão.

Pseudo-Obsessão

É a atuação do encarnado sobre o encarnado ou a obsessão recíproca. Todos nós conhecemos criaturas dominadoras, prepotentes e egoístas, que comandam toda uma família, obrigando todos a fazerem exclusivamente o que elas querem. Tão pertinaz (e ao mesmo tempo descabida) pode se tornar esta ação, que, sucedendo a morte do déspota, todas as vítimas de sua convivência às vezes chegam a respirar , aliviadas. No entanto, o processo obsessivo há de continuar, pois a perda do corpo físico não transforma o obsessor.
Este tipo de ação nefasta é mais comum entre encarnados, embora possa haver pseudo-obsessão entre desencarnados e encarnados. Trata-se de ação perturbadora em que o espírito agente não deseja deliberadamente, prejudicar o ser visado. É conseqüência da ação egoísta de uma criatura que faz de outra o objeto dos seus cuidados e a deseja ardentemente para si própria como propriedade sua. Exige que a outra obedeça cegamente às suas ordens desejando protegê-la, guiá-la e, com tais coerções, impede-a de se relacionar saudável e normalmente com seus semelhantes. Acreditamos que o fenômeno não deve ser considerado obsessão propriamente dita. O agente não tem intuito de prejudicar o paciente. Acontece que, embora os motivos possam até ser nobres, a atuação resulta prejudicial; com o tempo, poderá transformar-se em verdadeira obsessão.
A pseudo-obsessão é muito comum em pessoas de personalidade forte, egoístas, dominadoras, que muitas vezes, sujeitam a família à sua vontade tirânica. Ela aparece nas relações de casais, quando um dos cônjuges tenta exercer domínio absoluto sobre o outro. Caso clássico, por exemplo, é o do ciumento que cerceia de tal modo a liberdade do ser amado que, cego a tudo, termina por prejudicá-lo seriamente. Nesses casos, conforme a intensidade e continuidade do processo, pode se instalar a obsessão simples (obsessão de encarnado sobre encarnado).
O que dizer do filho mimado que chora, bate o pé, joga-se ao chão, até que consegue que o pai ou a mãe lhe dê o que quer ou lhe "sente a mão". Qualquer das duas reações fazem com que o pequeno e "inocente" vampiro, absorva as energias do oponente. O que pensar do chefe déspota, no escritório? E dos desaforos: "eu faço a comida, mas eu cuspo dentro". E que tal a mulher dengosa que consegue tudo o que quer? Quais são os limites prováveis?
Enquanto o relacionamento entre encarnados aparenta ter momentos de trégua enquanto dormem, o elemento dominador pode desprender-se do corpo e sugar as energias vitais do corpo físico do outro. Após o desencarne, o elemento dominador poderá continuar a "proteger" as suas relações, a agravante agora é que o assédio torna-se maior ainda pois o desencarnado não necessita cuidar das obrigações básicas que tem como encarnado, tais como: comer, dormir, trabalhar, etc. O obsidiado poderá reagir as ações do obsessor criando condições para a obsessão recíproca. Quando a vítima tem condições mentais, esboça defesa ativa: procura agr edir o agressor na mesma proporção em que é agredida. Estabelece-se, assim, círculo vicioso de imantação por ódio mútuo, difícil de ser anulado.
Em menor ou maior intensidade, essas agressões recíprocas aparecem em quase todos os tipos de obsessão; são eventuais (sem características que as tornem perenes), surgindo conforme circunstâncias e fases existenciais, podendo ser concomitantes a determinados acontecimentos. Apesar de apresentarem, às vezes, intensa imantação negativa, esses processos de mútua influenciação constituem obsessão simples, tendo um único obsessor. Quando a obsessão recíproca acontece entre desencarnado e encarnado é porque o encarnado tem personalidade muito forte, grande força mental e muita coragem, pois enfrenta o espírito em condições de
igualdade. No estado de vigília, a pessoa viva normalmente não sabe o drama que esta vivendo. É durante o sono - e desdobrada - que passa a ter condições de enfrentar e agredir o contendor.
Em conclusão a esses tipos de relacionamentos interpessoais, aparenta-me que o ser humano deixou de absorver as energias cósmicas ou divinas, por seu próprio erro, desligando-se do Divino e busca desde então, exercer o "poder" sobre o seu semelhante para assim, vampirizar e absorver as suas energias vitais.
De que maneira podemo s nos "religar" e absorver as energias divinas, depois de tantas vidas procedendo erroneamente? Talvez a resp osta esteja no "ORAI E VIGIAI", de maneira constante e persistente, sem descanso, sem tréguas, buscando o equilíbrio de ações, pensamentos e plena consciência dos seus atos pois talvez ainda, o maior culpado deste errôneo proceder seja de quem se deixa dominar, vampirizar ou chantagear.

Do Livro Apometria

sexta-feira, 9 de março de 2012

Estudando a mediunidade

Irmão Raul Silva
“Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.”

EVANGELHO.

Os estudos de André Luiz e do seu companheiro Hilário, antigos médicos na Terra, na última encarnação, sob a supervisão do Assistente Áulus, verificam-se em vários grupos de atividade mediúnica, efetivando-se as instrutivas e fundamentais observações, de início, num grupo que
denominaremos, neste livro, de «grupo-básico».
Os elementos que lhe compõem a «equipagem mediúnica», em número de dez — quatro irmãs e seis irmãos — realizam aquilo que poderemos classificar de “mediunismo cristão», guardando, todos eles, no Íntimo, elevada noção de responsabilidade quanto à nobreza da tarefa que, em conjunto, levam a efeito.
Reproduzamos, aqui, os informes que, à guisa de apresentação, o Assistente Áulus forneceu a André Luiz e Hilário, em torno da personalidade do diretor, encarnado, dos trabalhos.
Detendo-se junto ao irmão Raul Silva, «que dirige o núcleo com sincera devoção à fraternidade», apresentou: «Correto no desempenho dos seus deveres e ardoroso na fé, consegue
equilibrar o grupo na onda de compreensão e boa vontade, que lhe é característica. Pelo amor com que se desincumbe da tarefa, é instrumento fiel dos benfeitores desencarnados, que lhe identificam na mente um espelho cristalino, retratando-lhes as instruções. » As palavras de apresentação do companheiro Raul, dirigente do grupo visitado, ensejam significativas apreciações no tocante a determinados requisitos que não podem estar ausentes daqueles que se dispõem a presidir trabalhos mediúnicos.
Afirma-se, de modo geral, que Espíritos menos esclarecidos costumam acabar com centros espíritas ou agrupamentos mediúnicos, provocando confusões, desanimando uns, ou espalhando a cizânia entre outros. Ninguém, em sã consciência, negará a evidência desse assédio. Efetivamente, os Espíritos têm desmanchado muitos centros e continuarão sem dúvida, por muito tempo ainda, obtendo êxito em sua obra desagregadora, até que se dê a tais atividades, em toda a sua plenitude, o sentido e a feição superiores por que se bate o Espiritismo Cristão, através das bem orientadas instituições. Enquanto a boa vontade e a correção, o estudo e o amor não forem, primacialmente, a mola real de todos os grupos mediúnicos, os Espíritos menos esclarecidos encontrarão sempre fácil acesso, eis que a prática mediúnica, sem Evangelho sentido e vivido, e sem Doutrina estudada e compreendida, constitui porta abert a à infiltração dos desencarnados ainda não felicitados pela luz do esclarecimento. Todavia, uma outra verdade se patenteia. E essa verdade precisa de ser focalizada, como advertência fraterna e em nome do imenso amor que consagramos à Doutrina Espírita. Há, também, os «desmanchadores», encarnados, de centros e de grupos espíritas!
São os dirigentes intratáveis e grosseiros, destituídos, completamente, daquele senso psicológico indispensável a quem dirige e, acima de tudo, sem possuir aquela abnegação pelo trabalho e aquela bondade sincera para com os companheiros que, na posição de médiuns, lhes compartilham as tarefas. Há muitos dirigentes de centros, ou mesmo simples cooperadores, que
ajudam os Espíritos inferiores a encerrar-lhes as atividades, ou, então, a estacionarem pelo tempo a fora, numa improdutividade que faz dó. São aqueles que nunca têm uma palavra amiga, de reconforto e estímulo para os médiuns.
São aqueles que não possuem elementares recursos de paciência para com os sofredores ou endurecidos, trazidos, pelo devotamento dos guias, ao serviço de consolação ou esclarecimento, segundo o caso. São aqueles que, hiperbólicos e insofreáveis no seu entusiasmo, não sabem dosar a palavra incentivadora ao medianeiro iniciante, estiolando, pelo elogio indiscriminado e inconseqüente, preciosas faculdades medianímicas. São aqueles que mais se parecem com «funcionários de cadastro» das organizações do mundo. Indagam, a todo o custo e sem qualquer objetivo edificante, o nome do comunicante, onde nasceu e em qual cartório será encontrado o seu registro de nascimento; em qual igreja poderá ser examinado o batistério, quanto ganhava no último emprego que ocupou na Terra e qual o número da Carteira Profissional; o nome da esposa do chefe da secção, qual a penúltima cidade onde viveu, nome da rua e a respectiva numeração, quem era o vizinho da direita e se o filho mais velho do vizinho da esquerda era aplicado
nos estudos e se tinha boa caligrafia...
São esses os “desmanchadores”, encarnados, que colaboram, por falta de compreensão dos deveres de fraternidade, preceituados no Evangelho, com os desencarnados que, poderosamente organizados no Espaço, assediam os núcleos espíritas de esclarecimento. Meditemos, todos, na admirável apresentação do dirigente Raul Silva. Analisemos, uma a uma, as referências em torno da sua pessoa. Devoção à fraternidade, correção no cumprimento dos deveres, pontualidade, fé ardorosa, compreensão, boa vontade, equilíbrio, prudência e muito amor no coração — eis as apreciáveis qualidades que exornam a sua personalidade. Simboliza, ele, o trabalhador sincero e bem intencionado. Representa, ele, o tipo ideal do dirigente de reuniões mediúnicas ou do
presidente de instituições espíritas. Tomemo-lo, pois, por modelo, afeiçoando, paulatina-mente, a nossa à sua conduta evangélica, e veremos, então, fora de qualquer dúvida, o progresso
cada vez maior dos núcleos que o Senhor Jesus nos confiou ao coração necessitado de luz e ascensão. Raul Silva é, como acentua o Assistente Áulus, pessoa comum. Não é um santo, nem um herói extraordinário, transitando, singularmente, pelo mundo.
Come, bebe e veste-se normalmente. Na Terra, nos labores de cada dia, nenhuma diferenciação apresenta das demais criaturas. Esforça-se, contudo, para melhorar-se , a fim de retratar», dos benfeitores espirituais, as instruções necessárias ao serviço de amparo aos companheiros
desencarnados trazidos à incorporação. É sincero e ama o seu trabalho. Cultiva a bondade com todos, não se enerva e nem se impacienta com aqueles que ainda não podem compreender os alevantados objetivos do Espiritismo Cristão. Procura amar a todos, pequenos e grandes, pobres e ricos, pretos e brancos, pela convicção de que não poderá dirigir ou orientar quaisquer
agrupamentos quem não tiver muito amor para ofertar, desinteressadamente,
inclusive com o sacrifício próprio, conforme depreendemos das três famosas perguntas de Jesus ao velho apóstolo galileu: Pedro, tu me amas ? E, ante a resposta afirmativa do venerando pescador, recomenda-lhe, jubiloso, com a alma inundada de esperança: “Se me amas, Pedro, apascenta as minhas ovelhas.”
Um grupo mediúnico é, em miniatura, um rebanho de ovelhas. Se o dirigente não amar bastante, a fim de «equilibrar o grupo na onda de compreensão e boa vontade», nunca poderá apascentá-las, nem conduzi-las ao aprisco da paz e do trabalho.
Deixá-las-á desamparadas, à mercê dos temporais e das surpresas do mundo das sombras.

Extraído do livro Estudando a mediunidade de Martins Peralva

Estudo da obra Painéis da obsessão


CENTRO ESPÍRITA NOSSO LAR

GRUPO DE ESTUDO DAS OBRAS DE ANDRÉ LUIZ

E MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA

15o livro: Painéis da Obsessão, 1983, 8 reuniões.

1a. REUNIÃO

(Fonte: do prefácio ao capítulo 4.)

1. A conduta mental promove a saúde ou a doença - Na raiz de to­das as enfermidades que sitiam o homem encontramos, como causa prepon­derante, o desequilíbrio dele próprio. O Espírito é o modelador dos equipamentos de que se utilizará na reencarnação. Assim sendo, desdo­bra as células da vesícula seminal sobre as matrizes vibratórias do perispírito, dando surgimento aos folhetos blastodérmicos que se encar­regam de compor os tubos intestinal e nervoso, os tecidos cutâ­neos e todos os elementos constitutivos das organizações física e psí­quica. São bilhões de seres microscópicos, individualizados, que tra­balham sob o comando da mente, que retrata as aquisições anteriores, que cumpre aprimorar ou corrigir. Cada um desses seres que se ajustam perfeitamente aos implementos vibratórios da alma, emite e capta irradiações específicas, em forma de oscilações eletromagnéticas, que compõem o quadro da individualidade humana. Em razão da conduta men­tal, as células são estimuladas ou bombardeadas pelos fluxos dos inte­resses que lhe aprazem, promovendo a saúde ou dando origem aos dese­quilíbrios que decorrem da inarmonia, quando essas unidades em estado de mitose degeneram, oferecendo campo às bactérias patológicas que se instalam vencendo os fatores imunológicos, desativados ou enfraqueci­dos pelas ondas contínuas de mau humor, pessimismo, revolta, ódio, ciúme, lubricidade e viciações de qualquer natureza que se transformam em poderosos agentes da perturbação e do sofrimento. No caso dos fenô­menos teratológicos das patogenias congênitas, encontramos o Espírito infrator encarcerado na organização que desrespeitou impunemente, quando a colocou a serviço da irresponsabilidade ou da alucinação. Problemas de graves mutilações e deficiências, enfermidades irreversí­veis surgem como efeitos da culpa guardada no campo da consciência, em forma de arrependimentos tardios pelas ações nefastas antes pratica­das. (Painéis da obsessão, pp. 7 e 8)

domingo, 4 de março de 2012

Médiuns

Médiuns

Focalizando a pessoa de Raul Silva, tecemos considerações de ordem moral, relativamente às qualidades que reputamos indispensáveis ao dirigente de sessões mediúnicas que deseja tornar-se, de fato, eficiente, compreendendo-se, naturalmente, que o vocábulo «eficiente» terá em nossos estudos significado diverso do habitualmente conhecido.
Eficiente, sob o ponto de vista espiritual, será aquele trabalhador que melhor se harmonizar com a Vontade do Pai Celestial. Será aquele que se destacar pelo cultivo sincero da humildade e da fé, do devotamento e da confiança, da boa vontade e da compreensão.
Raul Silva é o modelo do eficiente condutor, encarnado, de tarefas mediúnicas. A fim de que os estudos se processem numa sequência que facilite a consecução de nossos objetivos, qual seja o de elucidar, em linguagem simplíssima, os pormenores do livro Nos Domínios da Mediunidade, extraindo de tais pormenores conclusões que favoreçam a melhor compreensão do elevado sentido do mediunismo, é justo e oportuno recordemos a apresentação feita pelo Assistente Áulus dos companheiros que, com Raul Silva, integram o núcleo de serviços cristãos.
Eugênia: «médium de grande docilidade, que promete brilhante futuro na expansão do bem», tem a vantagem de conservar-se consciente» enquanto empresta a organização mediúnica aos Espíritos.
Anélio: vem conquistando gradativo progresso na clarividência, na clariaudiência e na psicografia».
Antônio Castro: é médium sonâmbulo.
Celina: é clarividente e audiente, além de ser médium de incorporação e de desdobramento.
Pelas observações do Assistente Áulus, e pelo que apreciaremos nos capítulos subsequentes, perceber-se-á que Celina é uma colaboradora devotadíssima, conduzindo valiosos títulos de benemerência espiritual. Diante de companheiros tão respeitáveis, pela abnegação e pelo espírito
de sacrifício, Hilário não resistiu ao desejo de indagar se seria lícito aceitar a possibilidade de ser o campo mental de tais servidores, especialmente da irmã Celina, invadido por Espíritos menos esclarecidos, respondendo Áulus que sim, uma vez que a referida médium está numa prova de longo curso e que, nos encargos de aprendiz, ainda se encontra muito longe de terminar a lição.”
E depois de meditar um instante, conclui:
«Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho.»
Esta observação é oportuna e constitui valiosa advertência aos obreiros da Seara Cristã, especialmente àqueles que foram convocados ao trabalho no setor da mediunidade.
Assim como há companheiros que se julgam intangíveis ou invulneráveis, também há médiuns que se julgam isentos de qualquer influenciação menos elevada.
Fazer-lhes sentir que tais influenciações são ocorrência natural e corriqueira na vida de todos nós, almas necessitadas e ainda empenhadas em dolorosos resgates, significa, quase sempre, ferir suscetibilidades e, às vezes, contrair antipatias. Guardemos, porém, para uso próprio, a filosófica tirada do benevolente Instrutor:
«Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho. »
O médium, por excelente que seja a sua assistência espiritual, não deve descurar-se da própria vigilância, lembrando sempre de que é uma criatura humana, sujeita, por isso, a oscilações vibratórias, a pensamentos e desejos inadequados. Devemos ter sempre na lembrança a palavra de Emmanuel: «Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção
comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e erros clamorosos.»
Quando o médium guarda a noção de fragilidade e pequenez, pela convicção de que é uma alma em processo de redenção e aperfeiçoamento, pelo trabalho e pelo estudo, está-se preparando, com segurança, para o triunfo nas lides do Espírito Eterno. Entretanto, quando começa a pensar que é um missionário, um privilegiado dos Céus e que os próprios Espíritos Superiores se sentem honrados e distinguidos por assisti-lo, é, sem dúvida, um companheiro em perigo.
É um forte candidato à obsessão e ao fracasso. A vaidade é o primeiro passo que o médium dá no caminho da desventura. A senda do desequilíbrio se abre, larga e sedutoramente, ao medianeiro
encarnado que entroniza, no altar do coração invigilante, a imponente figura de
Sua Majestade — O EGOISMO.
Esforcemo-nos, portanto, no sentido de realizar a humildade e o espírito de serviço, em benefício da nossa paz, porque, em verdade, nenhum de nós venceu, ainda, a si mesmo.

Do Livro estudando a Mediunidade de Martins Peralva

Indução Espiritual

Indução Espiritual

A indução espiritual de desencarnado para encarnado se faz espontaneamente, na maioria das vezes de modo casual, sem premeditação ou maldade alguma. O espírito vê o paciente, sente-lhe a benéfica aura vital que o atrai, porque lhe dá sensação de bem estar. Encontrando-se enfermo, porém, ou em sofrimento, transmite ao encarnado suas angústias e dores, a ponto de desarmonizá-lo - na medida da intensidade da energia desarmônica de que está carregado e do tempo de atuação sobre o encarnado. Em sensitivos sem educação mediúnica, é comum chegarem em casa esgotados, angustiados ou se queixando de profundo mal-estar. Por
ressonância vibratória, o desencarnado recebe um certo alívio, uma espécie de calor benéfico que se irradia do corpo vital mas causa no encarnado, o mal-estar de que este se queixa.
Hábitos perniciosos ou vícios, uma cerveja na padaria, um cigarro a mais, um passeio no motel, um pornofilme da locadora de vídeo, defender ardorosamente o time de futebol, manifestação violenta da sua própria opinião pessoal, atraem tais tipos de companhia espiritual, algumas brincadeiras tais como as do copo, ou pêndulo, podem atrair espíritos brincalhões, a princípio, que podem gostar dos participantes e permanecerem por uma longa estadia. De qualquer maneira, o encarnado é sempre o maior prejudicado, por culpa da sua própria invigilância - "orai e vigiai" são as palavras chaves e o agir conscientemente, é a resposta. A influência exercida pelos desencarnados, em todas as esferas da atividade humana poderá ser feita de maneira
sutil e imperceptível, por exemplo, sugerindo uma única palavra escrita ou falada que deturpe o significado da mensagem do encarnado de modo a colocá-lo em situação delicada.
A indução espiritual, embora aparente uma certa simplicidade, pode evoluir de maneira drástica, ocasionando repercussões mentais bem mais graves, simulando até mesmo, uma subjugação espiritual por vingança.
Durante o estado de indução espiritual, existe a transferência da energia desarmônica do desencarnado para o encarnado, este fato poderá agravar outros fatos precedentes, como a ressonância vibratória com o passado angustioso que trazem a desarmonia psíquica para a vida presente, através de "flashes" ideoplásticos (ideo- do grego idéa = "aparência"; princípio, idéia. + plast- (icos) do grego plásso ou platto = "modelar"; moldar. Ou ainda "plasmar", no conceito espírita.). Em outras palavras: um fato qualquer na vida presente, poderá ativar uma faixa angustiosa de vida passada, tal vibração, gera a sintonia vibracional que permite a aproximação de um espírito desencarnado em desarmonia. Esses dois fatos juntos podem gerar situações de esquizofrenia na vida atual do paciente.

Do livro Apometria de Dr. José Lacerda de Azevedo

Um Sublime Peregrino

Um Sublime Peregrino