Um Sublime Peregrino

"É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios." Bezerra de Menezes (Mensagem "Unificação", psicografia de Francisco Cândido Xavier - Reformador, agosto 2001)

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A diferença


A reunião de preces alcançava a parte final. E, na organização mediúnica,
Bezerra de Menezes retinha a palavra.

O benfeitor desencarnado distribuía consolações, quando um companheiro o
alvejou com azedume:

— Bezerra, não concordo com tanta máscara no ambiente espírita. Estou
cansado de tartufismo. Falo contra mim mesmo. Posso, acaso, dizer que sou
espírita-cristão? Vejo-me fustigado por egoísmo e intolerância, avareza e
ciúme; cometo desatenções e disparates; reconheço-me frequentemente caído em
maledicência e cobiça; ainda não venci a desconfiança, nem a propensão para
ressentir-me; quando menos espero, chafurdo-me nos erros da vaidade e do
orgulho; involuntariamente, articulo ofensas contra o próximo; a ambição
mora comigo e, por isso, agrido os meus semelhantes com toda a força de
minha brutalidade; a crítica, o despeito, a maldade e a imperfeição me
seguem constantemente. Posso declarar-me espírita com tantos defeitos? O
venerável orientador espiritual respondeu, sereno:

— Eu também, meu amigo, ainda estou em meio de todas essas mazelas e sou
espírita-cristão...

— Como assim? revidou o consulente agitado.

— Perfeitamente concluiu Bezerra, sem alterar-se. - Todas essas qualidades
negativas ainda me acompanham... Só existe, porém, um ponto, meu caro, que
não posso esquecer. É que, antes de ser espírita-cristão, eu fazia força
para correr atrás de todas elas e agora, que sou cristão e espírita, faço
força para fugir delas todas...

E, sorrindo:

— Como vê, há muita diferença.

Fonte: Revista "Reformador", de janeiro de 1971

Irmão X/Francisco Cândido Xavier

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