Um Sublime Peregrino

"É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios." Bezerra de Menezes (Mensagem "Unificação", psicografia de Francisco Cândido Xavier - Reformador, agosto 2001)

sábado, 14 de novembro de 2009

Carlos Baccelli e a Mediunidade

Carlos Baccelli e a Mediunidade
14/04/2009

A mediunidade deve ser encarada como um fruto natural da evolução da espécie humana. Quando mais evolução, mais sensibilidade, maior a capacidade de percepção mediúnica. É por meio dessa constatação que o médium Carlos Baccelli desenvolve em várias casas espíritas o seminário “Mediunidade”, mostrando a capacidade de interagir com os Espíritos como de fato ela é : um atributo do Espírito.

Amparado na segura orientação do Espírito de Odilon Fernandes, quando ele recomenda que “mediunidade é para servir, não para se aparecer”, Carlos Baccelli desmistifica a idéia de que “não há médiuns”, citando o próprio codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec. “Lembrando de Kardec, ele nos diz que todo aquele que sente num grau qualquer a influência dos Espíritos, é, portanto, médium”, observa Baccelli. “Mesmo aqueles que objetam que não são médiuns, que nada veem, nada escutam, tem de saber que a mediunidade diz respeito a todos .”
Segundo Baccelli, a mediunidade não é um privilégio. Todos nós podemos nos considerar portadores de faculdades mediúnicas, já que o Espírito (ou alma, se encarnado) é médium por natureza. “André Luiz nos revela que a mediunidade é exercida também no mundo espiritual, nas diversas esferas de um mesmo mundo”,ilustra o médium uberabense. “ o fenômeno transcende a forma física, já que um Espírito pode transcender a barreira das dimensões e se interrealcionar com outros Espírito”.

As principais obras que representaram as diferentes religiões estabelecidas sobre a crosta terrestre também são mediúnicas.Baccelli lembra que a Bíblia é um livro mediúnico, um repositório de fenômenos.Zoroastro era médium. Sócrates se referia a seu daimon ou espírito particular e se inteirou do fenômeno no templo do deus Apolo, em Delfos.Buda era dotado de forças medianímicas e, à semelhança de Jesus, venceu as forças contrárias de um mundo hostil com amparo da Espiritualidade Superior.

Também Maomé se isolava no Monte Ira, caía em êxtase e contempla o Espírito de Gabriel. Apartir dessa contemplação, ditou o Alcorão para seu secretário. Antes mesmo de Allan Kardec, a Terra, lembra Baccelli, teve grandes medianeiros, como o vidente Emmanuel Swedenborg,Suécia, e Andrew Jackson Davis, o qual pressentiu a chegada da Revelação Espírita.

Em 31 de março de 1848, Davis revelou: “Sinto que passou por mim uma brisa suave, prenunciando novos acontecimentos para a humanidade”. Foi nesse dia que as irmãs Fox começaram as comunicações com o Espírito de Charles Rosma, preparando o terreno para as mesas gigantes e o advento do Espiritismo. “O diálogo entre os dois planos da vida se fortaleceu neste momento”, sentencia Baccelli.

Com kardec, aos grandes questionamentos da humanidade.Finalmente, bruxos, pitonisas, feiticeiros, “estranhos”, videntes, curadores, foram entendidos. A partir de sua origem mediúnica, a Doutrina Espírita é fruto justamente do intercâmbio entre os dois planos da vida. “Quem nega a mediunidade na Doutrina Espírita, está negando a história da mediunidade na própria religião”, afirma o médium. Para Carlos Baccelli, a Igreja Católica Apostólica Romana está repleta de médiuns, tanto na sua história como nos dias de hoje. O livro Mediunidade dos Santos. De Clóvis Tavares, mostra a biografia dos santos da Igreja, todos eles marcados por amplos e intercâmbio mediúnico.Finalmente, há, em Chico Xavier, a exemplificação máxima desse intercâmbio. “ Chico é a verdadeira Revelação da Revelação; ampliou e solidificou a Doutrina Espírita”, observa o médium. Na opinião de Baccelli, a Doutrina Espírita, no dinamismo que a caracteriza, não pode ser trancada dentro de uma ortodoxia que a pretende ver encerrada em “dogmas” ultrapassados – justamente porque Kardec estabeleceu que a Doutrina Espírita iria andar de passo com a ciência e segui-la. E um maior entendimento da mediunidade só é conseguido junto a bem formados grupos de estudos e de vivência cristã.

Vale lembrar a assertiva de Odilon Fernandes: “O centro espírita é o lar da mediunidade”. E desenvolver a mediunidade, em essência, significa desenvolver o próprio Espírito, recomenda o médium de Uberaba. “É desenvolver o amor, a renúncia, a fraternidade, a benevolência, a indulgência, virtudes, enfim”.

Carlos Baccelli lembra que Chico sempre dizia que era fácil ver confrades perguntando e querendo saber como “desenvolver a mediunidade”, mas era difícil ver alguém perguntando como desenvolver a bondade, o perdão, o cultivo dos valores do coração, e não apenas a inteligência.

Vale destacar que uma percepção do mundo espiritual só é possível por dois fatores: a mediunidade (incluindo aí o animismo, capacidade de sentirmos o que vem de nosso próprio Espírito, conhecimentos oriundos de vidas passadas) e a reencarnação. Para Kardec, a fé raciocinada advinda do conhecimento doutrinário vem combater o materialismo em seu próprio campo de atuação.

E a mediunidade, dentro da Doutrina Espírita, no traz a certeza da imortalidade da alma. “Não adianta que a idéia da sobrevivência se enraíze em nossa consciência, sem Evangelho no coração”, pontua Baccelli. “Senão, o que fazer com nossa própria imortalidade?”

Outro aspecto importante da mediunidade é entendê-la como veículo de aprimoramento, autoconhecimento e cura, mas sempre para servir, “nunca para aparecer”, como destaca o doutor Odilon. “É de dentro da casa espírita que o mundo espiritual palpita. Por aquelas portas deve sair a mensagem e o exemplo dos Espíritos”, recomenda Baccelli.

Mesmo com as dificuldades inerentes à vivência da mediunidade, já que no dizer de Emmanuel “mediunidade no presente é débito no passado”, as responsabilidades do médium na Doutrina Espírita transcendem as próprias carências do médium. Quando se trata de mediunidade, a recomendação de Chico Xavier é estudo e trabalho, pois o médium é chamado a uma responsabilidade maior. “ Chico deu exemplos de trabalho e de estudo. Trabalhou muito. Recebeu mediunicamente a obra Paulo e Estevão no porão da Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo, Minas, onde trabalhava. E sempre em horários de lanche ou de folga” , ilustra Baccelli. O médium lembra ainda que muitos médiuns querem apenas as rosas advindas do resultado de sua produção mediúnica, mas não querem os espinhos. “ E isso é impossível”, observa.

“Muitos chegam até a gente dizendo: ‘ ah, sou médium, mas minha mediunidade não sai do lugar’, Ora, doutor Odilon sempre lembra que a mediunidade só sairá do lugar com as pernas do próprio médium”, finaliza Baccelli, mostrando que a ação do medianeiro no bem, no Evangelho, na caridade, no estudo e no auto-aprimoramento é imprescindível para melhores para melhores resultados no campo do intercâmbio entre encarnadas e desencarnadas.


Revista Espiritismo e Ciência digitada em 6/2/09

3 comentários:

  1. Mara,

    Muito bom o texto e desmistifica o médium.

    Um beijo,
    Jorge

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  2. Mara. Adorei o texto. O médium tem uma missão a cumprir aqui e não pode ser endeusado. Todos somos, em graus diferentes de evolução.
    Tem uma brincadeira em um selo para você em meu blog. Passe lá. Beijos.

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