Um Sublime Peregrino

"É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios." Bezerra de Menezes (Mensagem "Unificação", psicografia de Francisco Cândido Xavier - Reformador, agosto 2001)

domingo, 25 de abril de 2010

Mãos à obra


A igreja de Corinto lutava com certas dificuldades mais fortes, quando Paulo
lhe escreveu a observação aqui transcrita.

O conteúdo da carta apreciava diversos proble­mas espirituais dos
companheiros do Peloponeso, mas podemos insular o versículo e aplicá-lo a
certas si­tuações dos novos agrupamentos cristãos, formados no ambiente do
Espiritismo, na revivescência do Evan­gelho.

Quase sempre notamos intensa preocupação nos trabalhadores, por novidades em
fenomenologia e re­velação.

Alguns núcleos costumam paralisar atividades quando não dispõem de médiuns
adestrados.

Por quê?

Médium algum solucionará, em definitivo, o pro­blema fundamental da
iluminação dos companheiros.

Nossa tarefa espiritual seria absurda se estivesse circunscrita à freqüência
mecânica de muitos, a um centro qualquer, simplesmente para assinalarem o
esforço de alguns poucos.

Convençam-se os discípulos de que o trabalho e a realização pertencem a
todos e que é imprescin­dível se movimente cada qual no serviço edificante
que lhe compete. Ninguém alegue ausência de no­vidades, quando vultosas
concessões da esfera su­perior aguardam a firme decisão do aprendiz de
boa-vontade, no sentido de conhecer a vida e ele­var-se.

Quando vos reunirdes, lembrai a doutrina e a revelação, o poder de falar e
de interpretar de que já sois detentores e colocai mãos à obra do bem e da
luz, no aperfeiçoamento indispensável.

(Francisco Cândido Xavier por Emmanuel)

Há muitas moradas na casa de meu Pai

1. Não se turbe o vosso coração. - Credes em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vo-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. - Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais. ( S. JOÃO, cap. XIV, vv. 1 a 3.)

Diferentes estados da alma na erraticidade

2. A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem, aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento dos mesmos Espíritos.
Independente da diversidade dos mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado venturoso ou desgraçado do Espírito na erraticidade. Conforme se ache este mais ou menos depurado e desprendido dos laços materiais, variarão ao infinito o meio em que ele se encontre, o aspecto das coisas, as sensações que experimente, as percepções que tenha. Enquanto uns não se podem afastar da esfera onde viveram, outros se elevam e percorrem o espaço e os mundos; enquanto alguns Espíritos culpados erram nas trevas, os bem-aventurados gozam de resplendente claridade e do espetáculo sublime do Infinito; finalmente, enquanto o mau, atormentado de remorsos e pesares, muitas vezes insulado, sem consolação, separado dos que constituíam objeto de suas afeições, pena sob o guante dos sofrimentos morais, o justo, em convívio com aqueles a quem ama, frui as delícias de uma felicidade indizível. Também nisso, portanto, há muitas moradas, embora não circunscritas, nem localizadas.

Diferentes categorias de mundos habitados

3. Do ensino dado pelos Espíritos, resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles há-os em que estes últimos são ainda inferiores aos da Terra, física e moralmente; outros, da mesma categoria que o nosso; e outros que lhe são mais ou menos superiores a todos os respeitos. Nos mundos inferiores, a existência é toda material, reinam soberanas as paixões, sendo quase nula a vida moral. A medida que esta se desenvolve, diminui a influência da matéria, de tal maneira que, nos mundos mais adiantados, a vida é, por assim dizer, toda espiritual.
4. Nos mundos intermédios, misturam-se o bem e o mal, predominando um ou outro, segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam. Embora se não possa fazer, dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se contudo, em virtude do estado em que se acham e da destinação que trazem, tomando por base os matizes mais salientes, dividi-los, de modo geral, como segue: mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana; mundos de expiação e provas, onde domina o mal; mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal; mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem. A Terra pertence à categoria dos mundos de expiação e provas, razão por que aí vive o homem a braços com tantas misérias.
5. Os Espíritos que encarnam em um mundo não se acham a ele presos indefinidamente, nem nele atravessam todas as fases do progresso que lhes cumpre realizar, para atingir a perfeição. Quando, em um mundo, eles alcançam o grau de adiantamento que esse mundo comporta, passam para outro mais adiantado, e assim por diante, até que cheguem ao estado de puros Espíritos. São outras tantas estações, em cada uma das quais se lhes deparam elementos de progresso apropriados ao adiantamento que já conquistaram. É-lhes uma recompensa ascenderem a um mundo de ordem mais elevada, como é um castigo o prolongarem a sua permanência em um mundo desgraçado, ou serem relegados para outro ainda mais infeliz do que aquele a que se vêem impedidos de voltar quando se obstinaram no mal.

Destinação da Terra. - Causas das misérias humanas

6. Muitos se admiram de que na Terra haja tanta maldade e tantas paixões grosseiras, tantas misérias e enfermidades de toda natureza, e daí concluem que a espécie humana bem triste coisa é. Provém esse juízo do acanhado ponto de vista cm que se colocam os que o emitem e que lhes dá uma falsa idéia do conjunto. Deve-se considerar que na Terra não está a Humanidade toda, mas apenas uma pequena fração da Humanidade. Com efeito, a espécie humana abrange todos os seres dotados de razão que povoam os inúmeros orbes do Universo. Ora, que é a população da Terra, em face da população total desses mundos? Muito menos que a de uma aldeia, em confronto com a de um grande império. A situação material e moral da Humanidade terrena nada tem que espante, desde que se leve em conta a destinação da Terra e a natureza dos que a habitam.
7. Faria dos habitantes de uma grande cidade falsíssima idéia quem os julgasse pela população dos seus quarteirões mais íntimos e sórdidos. Num hospital, ninguém vê senão doentes e estropiados; numa penitenciária, vêem-se reunidas todas as torpezas, todos os vícios; nas regiões insalubres, os habitantes, em sua maioria são pálidos, franzinos e enfermiços. Pois bem: figure-se a Terra como um subúrbio, um hospital, uma penitenciaria, um sítio malsão, e ela é simultaneamente tudo isso, e compreender-se-á por que as aflições sobrelevam aos gozos, porquanto não se mandam para o hospital os que se acham com saúde, nem para as casas de correção os que nenhum mal praticaram; nem os hospitais e as casas de correção se podem ter por lugares de deleite.
Ora, assim como, numa cidade, a população não se encontra toda nos hospitais ou nas prisões, também na Terra não está a Humanidade inteira. E, do mesmo modo que do hospital saem os que se curaram e da prisão os que cumpriram suas penas, o homem deixa a Terra, quando está curado de suas enfermidades morais.

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

Mundos Inferiores e mundos superiores

8. A qualificação de mundos inferiores e mundos superiores nada tem de absoluta; é, antes, muito relativa. Tal inundo é inferior ou superior com referência aos que lhe estão acima ou abaixo, na escala progressiva.
Tomada a Terra por termo de comparação, pode-se fazer idéia do estado de um mundo inferior, supondo os seus habitantes na condição das raças selvagens ou das nações bárbaras que ainda entre nós se encontram, restos do estado primitivo do nosso orbe. Nos mais atrasados, são de certo modo rudimentares os seres que os habitam. Revestem a forma humana, mas sem nenhuma beleza. Seus instintos não têm a abrandá-los qualquer sentimento de delicadeza ou de benevolência, nem as noções do justo e do injusto. A força bruta é, entre eles, a única lei. Carentes de indústrias e de invenções, passam a vida na conquista de alimentos. Deus, entretanto, a nenhuma de suas criaturas abandona; no fundo das trevas da inteligência jaz, latente, a vaga intuição, mais ou menos desenvolvida, de um Ente supremo. Esse instinto basta para torná-los superiores uns aos outros e para lhes preparar a ascensão a uma vida mais completa, porquanto eles não são seres degradados, mas crianças que estão a crescer.
Entre os degraus inferiores e os mais elevados, inúmeros outros há, e difícil é reconhecer-se nos Espíritos puros, desmaterializados e resplandecentes de glória, os que foram esses seres primitivos, do mesmo modo que no homem adulto se custa a reconhecer o embrião.
9. Nos mundos que chegaram a um grau superior, as condições da vida moral e material são muitíssimo diversas das da vida na Terra. Como por toda parte, a forma corpórea aí é sempre a humana, mas embelezada, aperfeiçoada e, sobretudo, purificada. O corpo nada tem da materialidade terrestre e não está, conseguintemente, sujeito às necessidades, nem às doenças ou deteriorações que a predominância da matéria provoca. Mais apurados, os sentidos são aptos a percepções a que neste mundo a grosseria da matéria obsta. A leveza específica do corpo permite locomoção rápida e fácil: em vez de se arrastar penosamente pelo solo, desliza, a bem dizer, pela superfície, ou plana na atmosfera, sem qualquer outro esforço além do da vontade, conforme se representam os anjos, ou como os antigos imaginavam os manes nos Campos Elíseos. Os homens conservam, a seu grado, os traços de suas passadas migrações e se mostram a seus amigos tais quais estes os conheceram, porém, irradiando uma luz divina, transfigurados pelas impressões interiores, então sempre elevadas. Em lugar de semblantes descorados, abatidos pelos sofrimentos e paixões, a inteligência e a vida cintilam com o fulgor que os pintores hão figurado no nimbo ou auréola dos santos.
A pouca resistência que a matéria oferece a Espíritos já muito adiantados torna rápidoo desenvolvimento dos corpos e curta ou quase nula a infância. Isenta de cuidados eangústias, a vida é proporcionalmente muito mais longa do que na Terra. Em princípio, a longevidade guarda proporção com o grau de adiantamento dos mundos. A morte de modo algum acarreta os horrores da decomposição; longe de causar pavor, é considerada uma transformação feliz, por isso que lá não existe a dúvida sobre o porvir. Durante a vida, a alma, já não tendo a constringi-la a matéria compacta, expande-se e goza de uma lucidez que a coloca em estado quase permanente de emancipação e lhe consente a livre transmissão do pensamento.
10. Nesses mundos venturosos, as relações, sempre amistosas entre os povos, jamais são perturbadas pela ambição, da parte de qualquer deles, de escravizar o seu vizinho, nem pela guerra que daí decorre. Não há senhores, nem escravos, nem privilegiados pelo nascimento; só a superioridade moral e intelectual estabelece diferença entre as condições e dá a supremacia. A autoridade merece o respeito de todos, porque somente ao mérito é conferida e se exerce sempre com justiça. O homem não procura elevar-se acima do homem, mas acima de si mesmo, aperfeiçoando-se. Seu objetivo é galgar a categoria dos Espíritos puros, não lhe constituindo um tormento esse desejo, porem, uma ambição nobre, que o induz a estudar com ardor para os igualar. Lá, todos os sentimentos delicados e elevados da natureza humana se acham engrandecidos e purificados; desconhecem-se os ódios, os mesquinhos ciúmes, as baixas cobiças da inveja; uni laço de amor e fraternidade prende uns aos outros todos os homens, ajudando os mais fortes aos mais fracos. Possuem bens, em maior ou menor quantidade, conforme os tenham adquirido, mais ou menos por meio da inteligência; ninguém, todavia, sofre, por lhe faltar o necessário, uma vez que ninguém se acha em expiação. Numa palavra: o mal, nesses mundos, não existe.
11. No vosso, precisais do mal para sentirdes o bem; da noite, para admirardes a luz; da doença, para apreciardes a saúde. Naqueles outros não há necessidade desses contrastes. A eterna luz, a eterna beleza e a eterna serenidade da alma proporcionam uma alegria eterna, livre de ser perturbada pelas angústias da vida material, ou pelo contacto dos maus, que lá não têm acesso. Isso o que o espírito humano maior dificuldade encontra para compreender. Ele foi bastante engenhoso para pintar os tormentos do inferno, mas nunca pôde imaginar as alegrias do céu. Por quê? Porque, sendo inferior, só há experimentado dores e misérias, jamais entreviu as claridades celestes; não pode, pois, falar do que não conhece. A medida, porém, que se eleva e depura, o horizonte se lhe dilata e ele compreende o bem que está diante de si, como compreendeu o mal que lhe está atrás.
12. Entretanto, os mundos felizes não são orbes privilegiados, visto que Deus não é parcial para qualquer de seus filhos; a todos dá os mesmos direitos e as mesmas facilidades para chegarem a tais mundos. Fá-los partir todos do mesmo ponto e a nenhum dota melhor do que aos outros; a todos são acessíveis as mais altas categorias: apenas lhes cumpre a eles conquistá-las pelo seu trabalho, alcançá-las mais depressa, ou permanecer inativos por séculos de séculos no lodaçal da Humanidade. (Resumo do ensino de todos os Espíritos superiores.)

Mundos de expiações e de provas

13. Que vos direi dos mundos de expiações que já não saibais, pois basta observeis o em que habitais? A superioridade da inteligência, em grande número dos seus habitantes, indica que a Terra não é um mundo primitivo, destinado à encarnação dos Espíritos que acabaram de sair das mãos do Criador. As qualidades inatas que eles trazem consigo constituem a prova de que já viveram e realizaram certo progresso. Mas, também, os numerosos vícios a que se mostram propensos constituem o índice de grande imperfeição moral. Por isso os colocou [)eus num mundo ingrato, para expiarem aí suas faltas, mediante penoso trabalho e misérias da vida, até que hajam merecido ascender a um planeta mais ditoso.
14. Entretanto, nem todos os Espíritos que encarnam na Terra vão para aí em expiação. As raças a que chamais selvagens são formadas de Espíritos que apenas saíram da infância e que na Terra se acham, por assim dizer, em curso de educação, para se desenvolverem pelo contacto com Espíritos mais adiantados. Vêm depois as raças semicivilizadas, constituídas desses mesmos os Espíritos em via de progresso. São elas, de certo modo, raças indígenas da Terra, que aí se elevaram pouco a pouco em longos períodos seculares, algumas das quais hão podido chegar ao aperfeiçoamento intelectual dos povos mais esclarecidos.
Os Espíritos em expiação, se nos podemos exprimir dessa forma, são exóticos, na Terra; já tiveram noutros mundos, donde foram excluídos em conseqüência da sua obstinação no mal e por se haverem constituído, em tais mundos, causa de perturbação para os bons. Tiveram de ser degradados, por algum tempo, para o meio de Espíritos mais atrasados, com a missão de fazer que estes últimos avançassem, pois que levam consigo inteligências desenvolvidas e o gérmen dos conhecimentos que adquiriram. Daí vem que os Espíritos em punição se encontram no seio das raças mais inteligentes. Por isso mesmo, para essas raças é que de mais amargor se revestem OS infortúnios da vida. E que há nelas mais sensibilidade, sendo, portanto, mais provadas pelas contrariedades e desgostos do que as raças primitivas,cujo senso moral se acha mais embotado.
15. A Terra, conseguintemente, oferece um dos tipos de mundos expiatórios, cuja variedade é infinita, mas revelando todos, como caráter comum, o servirem de lugar de exílio para Espíritos rebeldes à lei de Deus. Esses Espíritos tem aí de lutar, ao mesmo tempo, com a perversidade dos homens e com a inclemência da Natureza, duplo e árduo trabalho que simultaneamente desenvolve as qualidades do coração e as da inteligência. E assim que Deus, em sua bondade, faz que o próprio castigo redunde em proveito do progresso do Espírito. - Santo Agostinho. Paris, 1862.)

Mundos regeneradores

16. Entre as estrelas que cintilam na abóbada azul do firmamento, quantos mundos não haverá como o vosso, destinados pelo Senhor à expiação e à provação! Mas, também os há mais miseráveis e melhores, como os há de transição, que se podem denominar de regeneradores. Cada turbilhão planetário, a deslocar-se no espaço em torno de um centro comum, arrasta consigo seus mundos primitivos, de exílio, de provas, de regeneração e de felicidade. Já se vos há falado de mundos onde a alma recém-nascida é colocada, quando ainda ignorante do bem e do mal, mas com a possibilidade de caminhar para Deus, senhora de si mesma, na posse do livre-arbítrio. Já também se vos revelou de que amplas faculdades é dotada a alma para praticar o bem. Mas, ah! há as que sucumbem, e Deus, que não as quer aniquiladas, lhes permite irem para esses mundos onde, de encarnação em encarnação, elas se depuram, regeneram e voltam dignas da glória que lhes fora destinada.
17. Os mundos regeneradores servem de transição entre os mundos de expiação e os mundos felizes. A alma penitente encontra neles a calma e o repouso e acaba por depurar-se. Sem dúvida, em tais mundos o homem ainda se acha sujeito às leis que regem a matéria; a Humanidade experimenta as vossas sensações e desejos, mas liberta das paixões desordenadas de que sois escravos, isenta do orgulho que impõe silêncio ao coração, da inveja que a tortura, do ódio que a sufoca. Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita equidade preside às relações sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.
Nesses mundos, todavia, ainda não existe a felicidade perfeita, mas a aurora da felicidade. O homem lá é ainda de carne e, por isso, sujeito às vicissitudes de que libertos só se acham os seres completamente desmaterializados. Ainda tem de suportar provas, porém, sem as pungentes angústias da expiação. Comparados à Terra, esses mundos são bastante ditosos e muitos dentre vós se alegrariam de habitá-los, pois que eles representam a calma após a tempestade, a convalescença após a moléstia cruel. Contudo, menos absorvido pelas coisas materiais, o homem divisa, melhor do que vós, o futuro; compreende a existência de outros gozos prometidos pelo Senhor aos que deles se mostrem dignos, quando a morte lhes houver de novo ceifado os corpos, a fim de lhes outorgar a verdadeira vida. Então, liberta, a alma pairará acima de todos os horizontes. Não mais sentidos materiais e grosseiros; somente os sentidos de um perispírito puro e celeste, a aspirar as emanações do próprio Deus, nos aromas de amor e de caridade que do seu seio emanam.
18. Mas, ah! nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há perdido completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então, novas e mais terríveis provas o aguardam.
Contemplai, pois, à noite, à hora do repouso e da prece, a abóbada azulada e, das inúmeras esferas que brilham sobre as vossas cabeças, indagai de vós mesmos quais as que conduzem a Deus e pedi-lhe que uni mundo regenerador vos abra seu seio, após a expiação na Terra. - Santo Agostinho. (Paris, 1862.)

Progressão dos mundos

19. O progresso é lei da Natureza. A essa lei todos os seres da Criação, animados e inanimados, foram submetidos pela bondade de Deus, que quer que tudo se engrandeça e prospere. A própria destruição, que aos homens parece o termo final de todas as coisas, é apenas uni meio de se chegar, pela transformação, a um estado mais perfeito, visto que tudo morre para renascer e nada sofre o aniquilamento.
Ao mesmo tempo que todos os seres vivos progridem moralmente, progridem materialmente os mundos em que eles habitam. Quem pudesse acompanhar um mundo em suas diferentes fases, desde o instante em que se aglomeraram os primeiros átomos destinados e constituí-lo, vê-lo-ia a percorrer uma escala incessantemente progressiva, mas de degraus imperceptíveis para cada geração, e a oferecer aos seus habitantes uma morada cada vez mais agradável, à medida que eles próprios avançam na senda do progresso. Marcham assim, paralelamente, o progresso do homem, o dos animais, seus auxiliares, o dos vegetais e o da habitação, porquanto nada em a Natureza permanece estacionário. Quão grandiosa é essa idéia e digna da majestade do Criador! Quanto, ao contrário, é mesquinha e indigna do seu poder a que concentra a sua solicitude e a sua providência no imperceptível grão de areia, que é a Terra, e restringe a Humanidade aos poucos homens que a habitam!
Segundo aquela lei, este mundo esteve material e moralmente num estado inferior ao em que hoje se acha e se alçará sob esse duplo aspecto a um grau mais elevado. Ele há chegado a um dos seus períodos de transformação, em que, de orbe expiatório, mudar-se-á em planeta de regeneração, onde os homens serão ditosos, porque nele imperará a lei de Deus. - Santo Agostinho. (Paris, 1862.)

O Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo III

domingo, 18 de abril de 2010

Caminho da paz


Dizem que um homem de fé se aproximou de Jesus e indagou, após externar-se em manifestações de júbilo e reverência:
- Senhor, onde o caminho da paz? que fazer de meu filho que me arrasa a tranqüilidade, atolado na rebeldia?
- Abençoá-lo-ás sempre - respondeu o Divino Mestre - procurando socorrê-lo com mais amor.
- E como agir, à frente de meu tio, aquele que me furtou a herança dos avós?
- Buscarás perdoá-lo, usando compaixão e esquecimento.
- E meu antigo sócio? de que modo proceder com esse homem que tanto me prejudicou e injuriou?
- Desculpá-lo-ás, orando em favor dele.
- Tenho quatro empregados ignorantes..

.
De que maneira harmonizar-me com esses companheiros problemas, se me afligem com as maiores dificuldades, dia por dia?
- Saberás instruí-los.
- Minha existência está repleta de perseguidores... Que fazer com essa gente cruel?
- Esquecerás qualquer agravo e auxiliarás em benefício de cada um, tanto quanto puderes.
O devoto baixou a cabeça, sentindo-se na presença da verdade, e considerou timidamente:
- Senhor, estou satisfeito.
Conta-se que Jesus afagou-lhe a cabeça dolorida e rematou, ao despedir-se:
- Então, vai, serve sempre e não perguntes mais.

(De "Amizade", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Meimei)

Em plena era nova


Há criaturas que deixaram, na Terra, como único rastro da vida robusta que usufruíram na carne, o mausoléu esquecido num canto ermo de cemitério.

Nenhuma lembrança útil.

Nenhuma reminiscência em bases de fraternidade.

Nenhum ato que lhes recorde atitudes como padrões de fé.

Nenhum exemplo edificante nos currículos da existência.

Nenhuma idéia que vencesse a barreira da mediocridade.

Nenhum gesto de amor que lhes granjeasse sobre o nome o orvalho da gratidão.

A terra conservou-lhes, à força, apenas o cadáver - retalho de matéria gasta que lhes vestira o espírito e que passa a ajudar, sem querer, no adubo às ervas bravas.

Usaram os empréstimos do Pai Magnânimo exclusivamente para si mesmos, olvidando estendê-los aos companheiros de evolução e ignorando que a verdadeira alegria não vive isolada numa só alma, pois que somente viceja com reciprocidade de vibrações entre vários grupos de seres amigos.

Espíritas, muitos de nós já vivemos assim!

Entretanto, agora, os tempos são outros e as responsabilidades surgem maiores.

O Espiritismo, a rasgar-nos nas mentes acanhadas e entorpecidas largos horizontes de ideal superior, nos impele para a frente, rumo aos Cimos da Perfectibilidade.

A Humanidade ativa e necessitada, a construir seu porvir de triunfos, nos conclama ao trabalho.

O espírito é um monumento vivo de Deus - o Criador Amorável. Honremos a nossa origem divina, criando o bem como chuva de bênçãos ao longo de nossas próprias pegadas.

Irmãos, sede os vencedores da rotina escravizante.

Em cada dia renasce a luz de uma nova vida e com a morte somente morrem as ilusões.

O espírito deve ser conhecido por suas obras.

É necessário viver e servir.

É necessário viver, meus irmãos, e ser mais do que pó!

Eurípedes Barsanulfo (Waldo Vieira)

(De "O Espírito da Verdade", de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira - Autores diversos)

Reflexão

A evolução para Deus pode ser comparada a uma viagem divina.
O bem constitui sinal de passagem livre para os cimos da Vida Superior, enquanto que o mal significa sentença de interdição, constrangendo-nos a paradas mais ou menos difíceis de reajuste.
André Luiz (Chico Xavier) - Ação e Reação - FEB


Muita Paz!!! Mara

Você já foi criança um dia





VOCÊ JÁ FOI CRIANÇA UM DIA

Mas os anos se dobraram e fizeram de você um jovem, quase um adulto...

E agora você me olha com certo desprezo só porque muitos anos se
dobraram para mim e hoje eu sou um velho...
Você observa minhas mãos trêmulas e encarquilhadas e se esquece que
foram as primeiras a acariciar as suas, inseguras na infância.

Critica os meus passos lentos, vacilantes, esquecendo-se de que foram
eles que orientaram seus primeiros passos.
Reclama quando lhe peço para ler uma palavra que
meus olhos já não
conseguem vislumbrar com precisão, esquecido das várias palavras que
eu repeti inúmeras vezes para que você aprendesse a falar.
Fala da lentidão das minhas decisões, esquecendo-se de que suas

primeiras decisões foram por elas balizadas.
Diz que eu sou um velho desatualizado, mas eu confesso que pensei
muito pouco em mim, para fazer de você um homem de bem.
Reclama da minha saúde debilitada, mas creia, muito trabalho foi

preciso para garantir a sua.
Ri quando não pronuncio corretamente uma palavra, mas eu lhe afirmo
que esqueci de mim mesmo, para que você pudesse cursar uma
Universidade.
Diz que não possuo argumentos convincentes em nossos raros diálogos,

todavia, muitas foram as vezes que advoguei em seu favor nas
situações difíceis em que se envolvia.
Hoje você cresceu...
É um moço robusto e a juventude lhe empolga as horas...
Esqueceu sua infância,
seus primeiros passos, suas primeiras palavras,
seus primeiros sorrisos...
Mas acredite, tudo isso está bem vivo na memória deste velho cansado,
em cujo peito ainda pulsa o mesmo coração amoroso de outrora...

É verdade que o tempo passou, mas eu nem me dei conta...
Só notei naquele dia... naquele dia em que você me chamou de velho
pela primeira vez, e eu olhei no espelho...
Lá estava um velho de cabelos brancos, vincos profundos na face e um

certo ar de sabedoria que na imagem de ontem não existia.
Por isso eu lhe digo, meu jovem, que o tempo é implacável, e um dia
você também contemplará o espelho e perceberá que a imagem nele
refletida não é mais a que hoje você admira...

Mas você sentirá que em seu peito o coração ainda pulsa no mesmo
compasso...
Que o afeto que você cultivou não se desvaneceu.. .
Que as emoções vividas ainda podem ser sentidas como nos velhos

tempos...
Que as palavras amargas ainda lhe ferem com a mesma intensidade. ..
E que apesar dos longos invernos suportados, você não ficou frio
diante da indiferença dos seres que embalou na infância...

Por isso que eu lhe aconselho, meu filho:
Não ria nem blasfeme do estado em que eu estou, eu já fui o que você
é, e você será o que eu sou...
Aquele que despreza seus velhos, é como galho que deixa o tronco que

o sustenta tombar sem apoio.
A ingratidão para com os que nos sustentaram na infância é semente de
amargura lançada no solo, para colheita futura.
Assim, façamos aos nossos velhos o que gostaríamos que nos fizessem

quando a nossa idade já estiver bastante avançada.


Autor não mencionado

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Pergunta-Livro dos espíritos

258-NO ESTADO ERRANTE, ANTES DE NOVA EXISTÊNCIA CORPÓREA, O ESPÍRITO TEM CONSCIÊNCIA DO QUE VAI LHE ACONTECER DURANTE A VIDA?
"Ele mesmo escolhe o gênero de provas que deseja sofrer; nisto consiste o seu livre-arbítrio. "

Livro dos Espíritos, tradução de J. Herculano Pires, 65ª edição-Ed. LAKE

Como vencer?


O CORAÇÃO tem mil caminhos para a felicidade, quando procuramos aceitar a vontade de Deus. (Renúncia)

Os corações endurecidos geram nuvens de desconfiança, por onde passam. (Vinha de Luz)

Se és discípulo do Senhor, aproveita a oportunidade na construção do bem. Semeando paz, colherás harmonia; santificando as horas com o Cristo, jamais conhecerás o desamparo. (Vinha de Luz)

Não basta multiplicar as promessas ou pedir variadas tarefas ao mesmo tempo. Antes de tudo, é indispensável receber a ordenação do Senhor, cada dia, e executá-la do melhor modo. (Vinha de Luz)

No esforço redentor, é indispensável que não se percam de vista as possibilidades pequeninas: um gesto, uma palestra, uma hora, uma frase pode representar sementes gloriosas para edificações imortais. Imprescindível, pois, jamais desprezá-las. (Pão Nosso)

Nos teus dias de luta, portanto, faze os votos e promessas que forem de teu agrado e proveito, mas não te esqueças da ação e da renovação aproveitáveis na obra divina do mundo e sumamente agradáveis aos olhos do Senhor. (Vinha de Luz)

Na esfera carnal, a glória e a miséria constituem molduras de temporária apresentação. (Caminho, Verdade e Vida)

O dinheiro ou a necessidade material, a doença e a saúde do corpo são condições educativas de imenso valor para os que saibam aproveitar o ensejo de elevação em sua essência legítima. (Caminho, Verdade e Vida).

(De "Palavras de Emmanuel", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)

Reação infantil


A mãe zelosa e dedicada leva o pequeno ao banho.
Despe-lhe a roupa.
Mas o petiz começa choramingar.
A jovem mãe procura acalmá-lo, imergindo-o na água pura.
Entretanto, o bebê prossegue incompreensivo.
Desesperado, revolta-se contra a água, contra o frio, contra o sabão e, ele mesmo, impulsivo, esfrega espuma nos olhos, a debater-se, esperneante, afogando-se, quase.
Instantes após, a mãe satisfeita enxuga-lhe a pele rosada, com toalha macia.
Ele sorri, depois da crise, e descansa contente, enfim.

Assim tem sido, quase sempre, a nossa reação perante a dor.
Quando aparece a benfeitora divina, choramos, gritamos e esbravejamos e, não raro, quase nos sufocamos no desespero.

Tudo isso, porém, é reação infantil, descabida e forjada pela nossa própria inexperiência.
Quando a dor passa, saibamos todos, há sempre em nós a bênção da purificação e a felicidade da melhoria.

(De "Bem-aventurados os Simples", de Waldo Vieira, pelo Espírito Valérium)

domingo, 11 de abril de 2010

O efeito do amor


O amigo de conhecido espírita, ao vê-lo ardentemente interessado em obras de caridade, admoestou-o, dizendo que ele, não espírita, desistira da beneficência, desde muito.
E alegava que todos os gestos de bondade que praticara somente haviam encontrado a secura como resposta. Sempre ingratos por toda parte.
O espírita, no entanto, chamou-o à rua deu-lhe um osso para que alimentasse um cão, de passagem.
O amigo, embora contrafeito, atirou a curiosa vianda para o animal, com marcante desprezo.
O cachorro aproximou-se da oferta, abocanhou-a, de leve, e saiu, triste e desconfiado, rabo entre as pernas.
O espírita tomou de osso igual para socorrer outro cão esfaimado na via pública.
Entretanto, mudou de jeito.
Chamou o animal com carinho humano.
Dirigiu-lhe palavras amigas.
Alisou-lhe o pêlo.
Afagou-lhe as orelhas.
E deu-lhe o bocado com as próprias mãos.
O animal abanou a cauda e permaneceu ao seu lado, contente, a lamber-lhe as mãos. E ambos os amigos anotaram, admirados, o efeito do amor no gesto beneficente.
Estenda, sim, quanto puder, as obras de caridade. Contudo, ajudando alguém, é preciso saber como você ajuda.

(De "Bem-aventurados os simples", de Waldo Vieira, pelo Espírito Valérium)

sábado, 10 de abril de 2010

Poemas de Paz


POEMAS DE PAZ

(28)

A paz é qual cidadela que para ser vencida deve perder as muralhas dos obstáculos de que se reveste para quem a vê por fora.

*

Não há tormenta exterior por mais poderosa que consiga vencer o semblante confiante da paz de quem conduz reta moral, mente harmonizada e coração amoroso.

*

O amor desinteressado e puro é nascente de paz reconfortante e vitalizadora.

*

A paz não pode ser considerada como um estado d'alma, ligeiro e exuberante. É uma condição permanente, derivada de vitórias sobre vitórias no campo da vida até a superação de si mesmo.

*

Quando uma aragem de amor envolve o homem abnegado a serviço da vida, um poema de paz canta no seu coração, concitando-o à paz demorada da felicidade.

*

A paz usa pouca roupagem verbalista, quase nenhuma, nenhuma para os que a conseguiram.

*

Aquele que permuta não ama; ainda está aprendendo a doar.

Quem se refere à própria paz, exibindo-a, ainda não a encontrou, está tentando.

*

Ardente e amor venceu a paixão e se encontrou em paz.

(De "Poemas de Paz", de Divaldo P. Franco, pelo Espírito Simbá)

Processo desencarnatório


Para desvencilhar-se das amarras do organismo físico, o Espírito necessita de adestramento e habilidade que se desenvolvem desde quando deambula encarcerado no mecanismo da reencarnação.

Impressões longamente fixadas e sensações vividas com sofreguidão assinalam profundamente os tecidos sutis do perispírito, impondo necessidades e dependências que a morte não logra, de imediato, interromper.

Da mesma forma que o processo reencarnacionista se alonga desde a concepção até os primeiros momentos da adolescência(*), num complexo assenhoreamento das células que se submetem aos moldes do corpo de plasma biológico, a liberação da clausura exige um período de adaptação à realidade de retorno, dependendo, de certo modo, dos condicionamentos impostos pelo uso das funções fisiopsicológicas que geram amarras fortes ou diluem-nas na sucessão do tempo, em face do teor vibratório de que se revestem as aspirações vividas ou acalentadas.

A ruptura dos vínculos de manutenção do Espírito ao corpo é somente um passo inicial na demorada proposta da desencarnação.

Normalmente encharcado de impressões de forte teor material, o Espírito se demora mimetizado pelas vibrações a que se ambientou, prosseguindo sob estados de variadas emoções que o aturdem.

Quando aclimatado às experiências psíquicas e mediúnicas, mais fácil se lhe faz o desenovelar-se dos grilhões que o prendem à retaguarda, readquirindo a lucidez, cuja claridade racional apressa o mecanismo de libertação.

Mesmo assim, necessita de conveniente adaptação, a fim de readquirir as funções que jaziam bloqueadas pelo corpo ou sem uso conveniente, em razão do comportamento carnal.

A mente responde, portanto, por vasta quota de responsabilidade no fenômeno da morte física.

Conforme a experiência corporal, assim se fará o desligamento espiritual.

Nesse transe, para o qual todos os homens se devem preparar, através de exercícios de renúncia e desapego, torna-se imprescindível o conhecimento da vida espiritual, que estua, atraente, dando curso a quaisquer empreendimentos que, por acaso, fiquem interrompidos...

Desimpregnar-se das sensações mortificantes, que anteriormente escravizaram, é o capítulo mais penoso da convalescença post mortem.

Acostumado a viciações e hábitos perniciosos, que se comprazia em vitalizar com as atitudes físicas e mentais, vê-se o desencarnado subitamente interditado de dar-lhes prosseguimento, o que então lhe constitui tormento inenarrável, levando-o a arrojar-se sobre os despojos em decomposição, ávido de gozo impossível, nele próprio produzindo estados umbralinos de perturbação psíquica em que passa a jazer por longo período, ou se atira, por afinidade de gostos, em intercursos obsessivos, em que as suas vítimas lhe emprestam o veículo para a nefária dependência...

A morte já não é um ponto de interrogação, como antes, graças às informações dos que lhe transpuseram a aduana e retornam para desvelar os aparentes enigmas que a vestiam com o misterioso e o sobrenatural.

O Espírito veste-se e despe-se do corpo obedecendo ao automatismo das leis do progresso, que propõem a lição dos seres, sendo facultado aos que o desejem, pelo esforço e estudo, a aprendizagem e o uso das técnicas de renascer e desencarnar sem choques nem padecimentos perfeitamente evitáveis.

Compreendendo que o fenômeno da morte faz parte do compromisso da vida, o homem se arma de valores para o momento da própria como da libertação dos afetos, que voltará a encontrar na grande pátria de onde todos procedemos.

Com esse cuidado completa-se o quadro de auxílio aos desencarnados, por parte dos familiares e amigos que permanecerão por mais um pouco no corpo, evitando-se as emissões de ondas mentais de rebeldia e desespero, de mágoa e angústia, que são verdadeiros ácidos que ardem e requeimam naqueles desencarnados em cuja direção se arremessam tais vibrações de desconforto e insatisfação.

Morrer é desnudar-se diante da vida, é verdadeira bênção que traz o Espírito de volta ao convívio da família de onde partiu...

A experimentação mediúnica desenvolvida pelo Espiritismo é o mais seguro guia destinado a esclarecer o transe da morte e preparar os homens para a inevitável decorrência libertadora.

A libertação, todavia, depende de cada criatura que experimenta o acidente fisiológico que lhe interrompe o ciclo, propiciando a tranqüilidade ou o demorado sofrimento que carpirá.

Partindo-se da experiência espírita que elucida o fenômeno da morte, ressuma a filosofia comportamental que se alicerça na moral cristã, lavrada no amor a Deus e ao próximo, a expressar a vivência da caridade sob todas as modalidades e em cuja prática o Espírito evolve, progredindo sem cessar no rumo da plenitude.

(*) Nota da Editora: consultado o Espírito Manoel P. de Miranda, este esclareceu, por intermédio de Divaldo Franco, que mesmo terminado aos sete anos o processo reencarnatório, este se vai fixando, lentamente, até o momento da transformação da glândula pineal, na sua condição de veladora do sexo.

(De "Temas da Vida e da Morte", de Divaldo Pereira Franco, pelo Espírito Manoel P. de Miranda - Editora FEB)

BICO DE LUZ




Um homem transitava por estrada deserta, altas horas. Noite escura, sem luar, estrelas apagadas... Seguia apreensivo. Por ali ocorriam, não raro, assaltos... Percebeu que alguém o acompanhava.

- Olá! Quem vem aí? - perguntou, assustado.

Não obteve resposta. Apressou-se, no que foi imitado pela perseguidor. Correu... O desconhecido também. Apavorado, em desabalada carreira, tão rápido quanto suas pernas o permitiam, coração a galopar no peito, pulmões em brasa, passou diante de um bico de luz. Olhou para trás e, como por encanto, o medo desvaneceu-se. Seu perseguidor era apenas um velho burro, acostumado a acompanhar andarilhos.

A história assemelha-se ao que ocorre com a morte. A imortalidade é algo intuitivo na criatura humana. No entanto, muitos têm medo, porque desconhecem inteiramente o processo e o que os espera na espiritualidade.

As religiões, que deveriam preparar os fiéis para a vida além-túmulo, conscientizando-os da sobrevivência e descerrando a cortina que separa os dois mundos, pouco fazem nesse sentido, porquanto limitam-se a incursões pelo terreno da fantasia.

O Espiritismo é o "bico de luz" que ilumina os caminhos misteriosos do retorno, afugentando temores irracionais e constrangimentos perturbadores. Com a Doutrina Espírita podemos encarar a morte com serenidade, preparando-nos para enfrentá-la. Isso é muito importante, fundamental mesmo, já que se trata da única certeza da existência humana: todos morreremos um dia!

A Terra é uma oficina de trabalho para os que desenvolvem atividades edificantes, em favor da própria renovação; um hospital para os que corrigem desajustes nascidos de viciações pretéritas; uma prisão, em expiação dolorosa, para os que resgatam débitos relacionados com crimes cometidos em existências anteriores; uma escola para os que já compreendem que a vida não é mero acidente biológico, nem a existência humana uma simples jornada recreativa; mas não é o nosso lar. Este está no plano espiritual, onde podemos viver em plenitude, sem as limitações impostas pelo corpo carnal.

Compreensível, pois, que nos preparemos, superando temores e dúvidas, inquietações e enganos, a fim de que, ao chegar nossa hora, estejamos habilitados a um retorno equilibrado e feliz.

O primeiro passo nesse sentido é o de tirar da morte o aspecto fúnebre, mórbido, temível, sobrenatural... Há condicionamentos milenares nesse sentido. Há pessoas que simplesmente recusam-se a conceber o falecimento der um familiar ou o seu próprio. Transferem o assunto para um futuro remoto. Por isso se desajustam quando chega o tempo da separação

"Onde está, ó morte, o teu aguilhão?" - pergunta o apóstolo Paulo (I Co 15:55), a demonstrar que a fé supera os temores e angústias da grande transição. O Espiritismo nos oferece recursos para encarar a morte com idêntica fortaleza de ânimo, inspirados, igualmente, na fé. Uma fé que não é arroubo de emoção. Uma fé lógica, racional, consciente. Uma fé inabalável de que conhece e sabe o que o espera, esforçando-se para que o espere o melhor.

(De "Quem tem medo da morte?", de Richard Simonetti)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Revista SUPERINTERESSANTE denigre Chico Xavier e recebe resposta de Richard Simonetti.

Pessoal, recebi este artigo por e-mail, não vi a Superinteressante de abril de 2010, mas se for verdade, aqui está a resposta.

Mesmo que pessoas envolvidas e comandadas pelas sombras tentem denegrir aqueles que são constituídos de luz, jamais o conseguirão , podem provocar sombras que serão logo dispersadas, mas cobrir os raios de sol jamais!!!
Reportagens como essas mostram a infantilidade intelectual de quem a fez e o preconceito ,onde deveria existir apenas os fatos e a abstenção daquele "dito" pesquisador..ironia, dessa jornalistazinha falar justo de Chico e utilizar Richard Simonetti e um de seus livros. !
Que bom que ao menos este espírita não se calou!
Para vc a resposta desse maravilhoso escritor espírita a revista.


Revista SUPERINTERESSANTE denigre Chico Xavier e recebe resposta de Richard Simonetti.


Nas bancas, a revista SUPERINTERESSANTE com a reportagem de capa:

Superinteressante ed. 277
abril/2010

Chico Xavier -
Uma investigação

Quem foi o homem que fez milhões de brasileiros acreditar em espíritos?

O grifo é nosso... Tendenciosa a manchete? Imagine o conteúdo...

Mas não percamos tempo em ler a matéria. Melhor que isto é a carta que Richard Simonetti encaminhou à redação, de cujo teor se deduz o material tendencioso e chulo da revista da Abril Cultural.

Para quem não sabe, Richard Simonetti é autor de mais de 40 livros espíritas de elevada qualidade, coerência doutrinária e confiabilidade.

Se você tem amigos espíritas, ou que se interessam pelo assunto, não lhes prive desta informação e lhes encaminhe este email.

Senhor Sérgio Gwercman
Diretor de redação da
revista Super Interessante

Sou assinante dessa revista há muitos anos. Sempre a encarei como publicação séria, fonte de informações a oferecer subsídios para meu trabalho como escritor espírita, autor de 49 livros publicados.
Essa concepção caiu por terra ao ler, na edição de abril, infeliz reportagem sobre Francisco Cândido Xavier, pretensiosa e tendenciosa, objetivando, nas entrelinhas, denegrir e desvalorizar o trabalho do grande médium.
Isso pode ser constatado já na seção “Escuta”, com sua assinatura, em que V.S. pretende distinguir respeito de reverência, como se reverência não fosse o respeito profundo por alguém, em face de seus méritos.
Podemos e devemos reverenciar Chico Xavier, não por adesão de uma fé cega, mas pela constatação racional, lúcida, lógica, de que estamos diante de uma personalidade ímpar, que fez mais pelo bem da Humanidade do que mil edições de Superinteressante, uma revista situada como defensora do bom jornalismo, mas que fez aqui o que de pior existe na mídia – a apreciação superficial e tendenciosa a respeito de alguém ou de uma notícia, com todo respeito, como pretende seu editorial, como se fosse possível conciliar o certo com o errado, o boato com a realidade, o achincalhe com o respeito.
Para reflexão da repórter Gisela Blanco e redatores dessa revista que em momento algum aprofundaram o assunto e nem mesmo se deram ao trabalho de ler os principais livros psicografados pelo médium, sempre com abordagem superficial, pretendendo “explicar” o fenômeno Chico Xavier, aqui vão alguns aspectos para sua reflexão e – quem sabe? – um cuidado maior em futuras reportagens.
De onde a repórter tirou essa bobagem de que “toda essa história começou com as cartas dos mortos?”
Se as eliminarmos em nada se perderá a grandeza de Chico Xavier. A história começa bem antes disso, com a publicação, em 1932, do livro Parnaso de Além-Túmulo, quando o médium tinha apenas 22 anos.
A reportagem diz: “Ele dizia que não escolhia os espíritos a quem atenderia, só via fantasmas e ouvia vozes. Mas parecia ser o escolhido por celebridades do céu. Cruz e Souza, Olavo Bilac, Augusto dos Anjos e Castro Alves lhe ditaram versos e prosa.”
Afirmativa maliciosa, sugerindo o pastiche, a técnica de copiar estilo literário. O repórter não se deu ao trabalho de observar que no próprio Parnaso há, nas edições atuais, 58 poetas desencarnados, menos conhecidos e até desconhecidos, como José Duro, Alfredo Nora, Alma Eros, Amadeu, B.Lopes, Batista Cepelos, Luiz Pistarini, Valado Rosa… Poetas do Brasil e de Portugal que se identificam pelo seu estilo, em poesias personalíssimas enriquecidas por valores de espiritualidade.
Não sabe ou preferiu omitir a repórter que Chico psicografou poesias de centenas de poetas desencarnados, ao longo de seus 75 anos de apostolado, na maior parte poetas provincianos, conhecidos apenas nas cidades onde residiam no interior do Brasil. Pesquisadores constatam que esses poemas não são “razoavelmente fiéis ao estilo dos autores”. São totalmente fiéis.
Não tem a mínima noção de que a técnica do pastiche, a imitação de estilo literário, é extremamente difícil, quase impossível. Pastichadores conseguem imitar uma página, uma poesia de alguém, jamais toda uma obra ou as obras de centenas de autores.
Afirma que Chico foi autodidata e leitor voraz durante toda a vida, sempre insinuando o pastiche. Leitor voraz? Passava os dias lendo? Só quem não conhece sua biografia pode falar uma bobagem dessa natureza, já que Chico passava a maior parte de seu tempo atendendo pessoas, psicografando, participando de reuniões e atendendo à atividade profissional. Não conheço um único documentário, uma única foto mostrando Chico lendo “vorazmente”. Ah! Sim! Para a repórter Chico certamente escondia isso.
Fala também que Chico teria 500 livros em sua biblioteca e que “a lista inclui volumes de autores cujo espírito o teria procurado para escrever suas obras póstumas, como Castro Alves e Humberto de Campos”.
E as centenas de poetas e escritores que se manifestaram por seu intermédio. Chico tinha livros deles? E de poetas que sequer publicaram livros?
Quanto a Humberto de Campos, cuja família tentou receber na justiça os direitos autorais pelas obras psicografadas por Chico, o que seria ótimo acontecer, o reconhecimento oficial da manifestação dos Espíritos, esqueceu-se a repórter de informar que Agripino Grieco, o mais famoso crítico literário de seu tempo, recebeu uma mensagem do escritor, de quem era amigo. Reconheceu que o estilo era autenticamente de Humberto de Campos, mas que o fato para ele não tinha explicação, já que, como católico praticante, não admitia a possibilidade de manifestação dos espíritos.
Esqueceu ou ignora que Chico, médium psicógrafo mecânico, recebia duas mensagens simultaneamente, com ambas as mãos sendo usadas por dois espíritos. Desafio Superinteressante a encontrar um prestidigitador capaz de fazer algo semelhante.
Uma pérola de ignorância jornalística está na referência sobre materialização de Espíritos: “seria necessário produzir um total de energia duas vezes maior do que é hoje produzido pela hidroelétrica de Itaipu por ano, segundo os cálculos feitos por especialistas exibidos por reportagens sobre Chico nos anos 70.” Seria superinteressante a repórter ler sobre as pesquisas de Alfred Russel Wallace, Oliver Joseph Lodge, Lord Rayleigh, William James, William Crookes, Ernesto Bozzano, Cesare Lombroso, Alexej Akzacof e muitos outros cientistas respeitáveis que estudaram o fenômeno da materialização e o admitiram. Leia, também, sobre quem eram esses cientistas, para constatar que não agiam levianamente como está na revista.
A repórter reporta-se às reuniões mediúnicas das quais Chico participava como shows que o tornaram famoso e destila seu veneno. Cita o sobrinho de Chico que, dizendo-se médium, confessou que era tudo de sua cabeça, o mesmo acontecendo com o tio. Por que passar essa informação falsa, se o próprio sobrinho de Chico, notoriamente perturbado e alcoólatra, pediu desculpas pela sua mentira? Joga penas ao vento e espera que o leitor as recolha? Omitiu também a informação de que ele confessou que pessoas interessadas em denegrir o médium pagaram-lhe pela acusação.
Eram frequentes nas reuniões a ocorrência de fenômenos como a aspersão de perfumes no ambiente, algo que, deveria saber a repórter, costuma ocorrer com os médiuns de efeitos físicos. No entanto, recusando-se a colher informações mais detalhadas sobre o assunto, limitou-se a dizer que em 1971 um repórter da revista Realidade, José Hamilton Ribeiro, denunciou que viu um dos assessores de Chico Xavier levantar o paletó discretamente e borrifar perfume no ar. Sugere que havia mistificação, aliás, uma tônica na reportagem. Por que não foram consultadas outras pessoas, inclusive centenas que tiveram seus lenços inexplicavelmente encharcados de perfume ou a água que levavam para magnetizar, a exalar também um olor suave e desconhecido que perdurava por muitos dias?
Na questão das cartas, milhares e milhares de cartas de Espíritos que se comunicavam com os familiares, sugere a repórter que assessores de Chico conversavam com as pessoas, anotando informações para dar-lhes autenticidade. Lamentável mentira. E ainda que isso acontecesse, Chico precisaria ser um prodígio para ler rapidamente as informações e inseri-las no contexto de cada mensagem, de cada espírito, mistificando sempre.
E as mensagens dirigidas a pessoas ausentes? E os recados aos presentes? Não eram só mensagens. Eram incontáveis recados. A pessoa aproximava-se de Chico e ele, sem conhecer nada de sua vida, transmitia recados de familiares desencarnados, na condição de um ser interexistente, que vivia simultaneamente a vida física e a espiritual, em contato permanente com os Espíritos.
Lembro o caso de um homem inconformado com a morte de um filho. Ia toda noite deitar-se na sepultura do rapaz, querendo “ficar com ele”. Não contava a ninguém, nem mesmo aos familiares. Em Uberaba recebeu mensagem do filho pedindo-lhe que não fizesse isso, porquanto ele não estava lá.
Durante muitos anos Chico psicografou receituário mediúnico de homeopatia. Perto de 700 receitas numa noite. Ficava horas psicografando. E os medicamentos correspondiam à natureza do mal dos pacientes, sem que o médium deles tivesse o mínimo conhecimento. Na década de 70 tive uma uveíte no olho esquerdo. Compareci à reunião de receituário. Escrevi meu nome e idade numa folha de papel. Não conversei com ninguém. Após a reunião recebi a indicação de dois medicamentos. Tornando a Bauru, onde resido, verifiquei num livro de homeopatia que o dois medicamentos diziam respeito ao meu mal. Curaram-me.
Concebesse a repórter que, como dizia Shakespeare, há mais coisas entre a Terra e o Céu do que concebe nossa vã sabedoria, e não se atreveria a escrever sobre assuntos que desconhece, com o atrevimento da ignorância.
Outras “pérolas” da reportagem:
Oferece “explicações” lamentáveis para o fenômeno Chico Xavier.
Psicose, confundindo mediunidade com anormalidade.
Epilepsia, descarga elétrica que “poderia causar alheamento, sensação de ausência, automatismo psicomotor”, segundo a opinião de um médico. Descreve algo inerente ao processo mediúnico, que não tem nada a ver com desajuste mental, ou imagina-se que o contato com o Espírito comunicante não imponha uma alteração nos circuitos cerebrais, até para que ocorra a manifestação? E porventura o médico consultado sabe de algum paciente que produza textos mediúnicos durante a crise epilética?
Criptomnésia, memórias falsas, lembranças escondidas no subconsciente do médium, ao ouvir informações sobre o morto. Inconscientemente ele “arranjaria” essas informações para forjar a “manifestação”.
Telepatia. Aqui o médium captaria informações da cabeça dos consulentes e as fantasiaria como manifestação do morto. Como dizia Carlos Imbassahy, grande escritor espírita, inconsciente velhaco, porquanto sempre sugere que é um morto quem se manifesta, não ele próprio.
Informa a repórter que “acuado pelas críticas na Pedro Leopoldo de 15 mil habitantes, Chico resolveu fazer as malas e partir para Uberaba, um polo do Espiritismo onde contaria com um apoio de amigos”.
Mentira. Ele deixou Pedro Leopoldo, onde tinha muitos amigos, não por estar “acuado”, mas simplesmente seguindo uma orientação do Mundo Espiritual, em face de tarefas que desenvolveria em Uberaba que, então sim, com sua presença transformou- se em “polo do Espiritismo”.
Na famoso pinga-fogo a que Chico compareceu, em 1971, na TV Tupi, um marco na história das entrevistas televisivas, com uma quase totalidade de audiência, diz a repórter que Chico foi “bombardeado por perguntas. Mas se safou.” Bombardeado? Safou-se? O que foi essa entrevista, um libelo acusatório contra um mistificador? Se a repórter se desse ao trabalho de ver a entrevista toda, o que lhe faria muito bem, verificaria que o clima foi de cordialidade, de elevada espiritualidade, e que em nenhum momento os entrevistadores “bombardearam” Chico. E em nenhum momento ele deixou de responder as perguntas com a sobriedade e lisura de quem não está ali para safar-se, mas para ensinar algo de Espiritismo.
Falando da indústria (?) Chico Xavier, há um box sobre “Dieta do Chico Xavier”, que jamais seria veiculada por Chico. Usaram seu nome. Por que incluí-la nas inverdades sobre o médium, simplesmente para denegrir sua imagem, aqui sugerindo que seria ingênuo a ponto de conceber semelhante bobagem? Se eu divulgar via internet que Superinteressante recomenda o uso de cocô de galinha para deter a queda de cabelos, seria razoável que alguma revista concorrente citasse essa tolice, mencionando a suposta autoria, sem verificação prévia?
Falando dos 200 livros biográficos sobre Chico Xavier, a repórter escreve: “Tem até um de piadas, Rindo e Refletindo com Chico Xavier”. Certamente não leu o livro, porquanto não conhece nem o autor, eu mesmo, Richard Simonetti, nem sabe que não se trata de um livro de piadas, mas um livro de reflexão em torno de ensinamentos bem-humorados do médium.
Não fosse algo tão lamentável, tão séria essa agressão contra a figura respeitável e venerável de Chico Xavier, eu diria que essa reportagem, ela sim, senhor redator, foi uma piada de péssimo gosto!
Doravante porei “de molho” as informações dessa revista, sem o crédito que lhe concedia.
A repórter Gisela Branco esteve em Pedro Leopoldo e Uberaba com o propósito de situar Chico Xavier como figura mitológica. É uma pena! Não teve a sensibilidade nem o discernimento para descobrir o médium Chico Xavier, cuja contribuição em favor do progresso e bem estar dos homens foi tão marcante que, a exemplo do que disse Einstein sobre Mahatma Gandhi, “as gerações futuras terão dificuldade para conceber que um homem assim, em carne e osso, transitou pela Terra.”
E deveria saber que não vemos Chico Xavier como um mártir, conforme sugere. Não morreu pelo Espiritismo. Viveu como espírita. E se algo se aproxima de um martírio em seu apostolado, certamente foi o de suportar tolices e aleivosidades como aquelas presentes na citada reportagem.
Finalizando, um ditado Zen para reflexão dos redatores da Super:
O dedo aponta a lua.
O sábio olha a lua.
O tolo olha o dedo.


Richard Simonetti
Bauru, 3 de abril de 2010.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Humildade até para desencarnar


Humildade até para desencarnar
Escreve: Sonia Dessotti
03/07/2002
Francisco Cândido Xavier
* Pedro Leopoldo, 2 de abril de 1910
+ Uberaba, 30 de junho de 2002
A humildade com que certos líderes espirituais conduzem sua vida parece que vale até no momento de seu desencarne.
Peguemos como exemplo Madre Tereza de Calcutá e o nosso querido Chico Xavier.
Cada um deles, ao seu modo, trabalhou em prol de determinado povo, mas seus exemplos refletiram por toda humanidade.
Cada um deles tentou levar suas vidas sem estrelismos. Quietinhos, sem fazer estardalhaços, foram responsáveis por grandes obras.
Quando eram alvo de merecidas homenagens, procuravam um jeitinho de “fugir” às honrarias alegando que nada haviam feito para merecerem tal mérito.
Ao longo de suas vidas de penosos trabalhos e sacrifícios, conquistaram amigos, fãs e simpatizantes, independente de cultura ou credo.
Sempre de saúde frágil, acabavam por ser notícias na imprensa e motivo de especulação quanto se teriam mesmo forças para resistir. E bravamente, resistiam.
Quantas vezes, nós espíritas não vimos Chico chegar frágil, de uma internação preocupante em U.T.I., sorrir e dizer que queria voltar logo ao trabalho?
Parece que a humildade que estas pessoas escolheram como modo de vida, perdurou até no momento de seus desencarnes. Então vejamos:
Madre Tereza de Calcutá, há anos muito doente, desencarnou apenas no instante em que a comoção do planeta todo estava voltada para a brutal morte de Lady Di. Com isto, a morte daquela que dizia que devemos “Amar até que doa”, foi discreta e sem a divulgação que merecia.
Agora, 30 de junho de 2002, quando os brasileiros todos se voltam para a conquista do Penta Campeonato de Futebol, fazendo uma das festas mais lindas que já vimos, agora que a imprensa nacional e internacional se voltam para este grandioso fato, nosso querido médium desencarna.
O mineiro do século, o maior médium de todos os tempos e acima de tudo, o Homem Amor, liberta-se de seu corpo. Justo quando o povo estava nas ruas festejando, ele parte, silenciosamente, como se não quisesse atrapalhar a festa deste povo tão sofrido e que por tantas vezes ele consolou.
Será acaso?
Para nós espíritas que sabemos que acaso não existe, tiremos mais esta lição de vida destes seres iluminados, que se tornaram grandes justamente por Amarem incondicionalmente e por insistentemente se fazerem pequenos, até no momento de seus desencarnes.

Divulgando


domingo, 4 de abril de 2010

Chico Xavier

CHICO PSICOGRAFANDO E LENDO MENSAGEM!

Chico Xavier sempre se preocupou em esconder a própria grandeza: não fazia e não permitia que alguém fizesse a sua propaganda; durante os passes que ele transmitia nos doentes, do seu corpo e, particularmente, de suas mãos exalava cheiro de éter ou de perfume... Impressionantes os fenômenos que aconteciam à sua volta; eu mesmo, por diversas vezes, testemunhei a explosão de luzes à sua volta. De madrugada, tarde da noite, quando saíamos do [Centro Espírita] Luiz Gonzaga, ele, antes de ir para casa, fazia questão de visitar alguns amigos acamados e, quando não tinha nada para lhes levar, talava uma singela flor do campo com que proporcionava alegria a cada um deles... A sua facilidade para psicografar era impressionante; num simples pedaço de papel, onde houvesse necessidade, apoiando-o na perna ele grafava as mais lindas páginas de além-túmulo. Trovas e sonetos lhe brotavam das mãos com a mesma espontaneidade que as estrelas aparecem no firmamento. Aos seus olhos, tínhamos a impressão de que éramos transparentes - ele nos enxergava por dentro, o corpo e a alma, e, não raro, nos respondia a determinada pergunta antes que tivéssemos tempo de formulá-la; ele nos adivinhava os pensamentos, mas guardava silêncio para as nossas imperfeições...


Luz do Evangelho - aprendendo com o Chico Xavier


Sempre me pareceu que nós, a maioria das pessoas, desconhecemos a imensa força do pensamento na formulação da existência.

O pensamento pode reformular a vida de uma pessoa?

Chico Xavier:

- Sem dúvida. Os benfeitores espirituais são unânimes em asseverar que toda renovação do espírito, em qualquer circunstância, começa na força mental. O pensamento é a força criadora nas menores manifestações.

Feliz Páscoa




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"Que
nesta Páscoa
possamos realmente
valorizar o sangue derramado
por Cristo na cruz, deixando
ressuscitar em nossos
corações, todos os
sentimentos bons
pelos nossos
semelhantes! "

UMA FELIZ PÁSCOA, COM MUITA PAZ!!!
Mara

Chico Xavier

Um homem que viveu como exemplo real de tudo aquilo que transmitiu em suas mensagens... Aqui não estão as mensagens mediúnicas, mas algumas palavras de sua experiência pessoal, em várias circunstâncias de sua vida. São para nós exemplos de conduta e inspiração

“O Cristo não pediu muita coisa, não exigiu que as pessoas escalassem o Everest ou fizessem grandes sacrifícios. Ele só pediu que nos amássemos uns aos outros.”

“Nenhuma atividade no bem é insignificante. .. As mais altas árvores são oriundas de minúsculas sementes. A repercussão da prática do bem é inimaginável. .. Para servir a Deus, ninguém necessita sair do seu próprio lugar ou reivindicar condições diferentes daquelas que possui.”

“Os Espíritos Amigos sempre mostram disposição de nos auxiliar, mas é preciso que, pelo menos, lhes ofereçamos uma base... Muitos ficam na expectativa do socorro do Alto, mas não querem nada com o esforço de renovação; querem que os espíritos se intrometam na sua vida e resolvam seus problemas... Ora, nem Jesus Cristo, quando veio à Terra, se propôs resolver o problema particular de alguém... Ele se limitou a nos ensinar o caminho, que necessitamos palmilhar por nós mesmos.”

"Nunca quis mudar a religião de ninguém, porque, positivamente, não acredito que a religião A seja melhor que a religião B. Nas origens de toda religião cristã está o Pensamento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Quem seguir o Evangelho... Se Allan Kardec tivesse escrito que “fora do Espiritismo não há salvação”, eu teria ido por outro caminho. Graças a Deus ele escreveu “Fora da Caridade”, ou seja, fora do Amor não há salvação...”

"Devemos orar pelos políticos, pelos administradores da vida pública. A tentação do poder é muito grande. Eu não gostaria de estar no lugar de nenhum deles. A omissão de quem pode e não auxilia o povo, é comparável a um crime que se pratica contra a comunidade inteira. Tenho visto muitos espíritos dos que foram homens públicos na Terra em lastimável situação na Vida Espiritual.. .”

“O desespero é uma doença. E um povo desesperado, lesado por dificuldades enormes, pode enlouquecer, como qualquer indivíduo. Ele pode perder o seu próprio discernimento. Isso é lamentável, mas pode-se dizer que tudo decorre da ausência de educação, principalmente de formação religiosa.”

“Sem Deus no coração, as futuras gerações colocarão em risco a Vida no planeta. Por maior que seja o avanço tecnológico da Humanidade, impossível que o homem viva em paz sem que a idéia de Deus o inspire em suas decisões. Devemos fazer tudo para evitar uma guerra, que viria sem dúvida, ser um atraso na marcha progressiva da Humanidade. Quando surge uma guerra de proporções maiores, quase tudo se desmantela e, praticamente, tem que ser reiniciado.. ..”

“Gente há que desencarna imaginando que as portas do Mundo Espiritual irão lhes escancarar.. . Ledo engano! Ninguém quer saber o que fomos, o que possuíamos, que cargo ocupávamos no mundo; o que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo. Sem a idéia da reencarnação, sinceramente, com todo respeito às demais religiões, eu não vejo uma explicação sensata, inclusive, para a existência de Deus.”

"Uma das coisas que sempre aprendi com os Benfeitores Espirituais é não tolher o livre arbítrio de ninguém; os que viveram na minha companhia sempre tiveram a liberdade para fazer o que quiseram. Existem pessoas que se sentem ofendidas, magoadas por qualquer coisa: à mais leve contrariedade, se sentem humilhadas.. . Ora, nós não viemos a este mundo para nos banhar em águas de rosas... Somos espíritos altamente endividados - dentro de nós o passado ainda fala mais alto... Não podemos ser tão suscetíveis assim... Agradeço todas as dificuldades que enfrentei; não fosse por elas, eu não teria saído do lugar... As facilidades nos impedem de caminhar. Mesmo as críticas nos auxiliam muito.”

"Emmanuel sempre me ensinou assim: -“Chico,se as críticas dirigidas a você são verdadeiras, não reclame; se não são, não ligue para elas. Graças a Deus, não me lembro de ter revidado a menor ofensa das inúmeras que sofri, certamente objetivando, todas elas, o meu aprendizado, e não me recordo de que tenha, conscientemente, magoado a quem quer que fosse. Emmanuel sempre me disse: - Chico, quando você não tiver uma palavra que auxilie, procure não abrir a boca...”
“Sabemos que precisamos de certos recursos, mas o Senhor não nos ensinou a pedir o pão, mais dois carros, mais um avião... Não precisamos de tanta coisa para colocar tanta carga em cima de nós. Podemos ser chamados hoje à Vida Espiritual. Tudo que criamos para nós, de que não temos necessidade, se transforma em angústia, em depressão. A doença é uma espécie de escoadouro de nossas imperfeições; inconscientemente, o espírito quer jogar para fora o que lhe seja estranho ao próprio psiquismo... Na realidade, toda doença no corpo é processo de cura para a alma...”

“Abençoemos aqueles que se preocupam conosco, que nos amam, que nos atendem as necessidades. .. Valorizemos o amigo que nos socorre, que se interessa por nós, que nos escreve, que nos telefona para saber como estamos indo... A amizade é uma dádiva de Deus. Mais tarde, haveremos de sentir falta daqueles que não nos deixam experimentar solidão!”

“A caridade é um exercício espiritual.. . Quem pratica o bem, coloca em movimento as forças da alma. Quando os espíritos nos recomendam, com insistência a prática da caridade, eles estão nos orientando no sentido de nossa própria evolução; não se trata apenas de uma indicação ética, mas de profundo significado filosófico. Tudo o que pudermos fazer no bem, não devemos adiar... Carecemos somar esforços, criando, digamos, uma energia dinâmica que se anteponha às forças do mal. Ninguém tem o direito de se omitir. Uma das mais belas lições que tenho aprendido com o sofrimento: Não julgar, definitivamente não julgar a quem quer que seja.”

“O exemplo é uma força que repercute, de maneira imediata, longe ou perto de nós... Não podemos nos responsabilizar pelo que os outros fazem de suas vidas; cada qual é livre para fazer o que quer de si mesmo, mas não podemos negar que nossas atitudes inspiram atitudes, seja no bem quanto no mal. Sempre recebi os elogios como incentivos dos amigos para que eu venha a ser o que tenho consciência de que ainda não sou. Fico triste quando alguém me ofende, mas, com certeza, eu ficaria mais triste se fosse eu o ofensor... Magoar alguém é terrível!...”

“A gente deve lutar contra o comodismo e a ociosidade; caso contrário, vamos retornar ao Mundo Espiritual com enorme sensação de vazio... Dizem que eu tenho feito muito, mas, para mim, não fiz um décimo do que deveria ter feito. A questão mais aflitiva para o espírito no Além é a consciência do tempo perdido. Confesso a vocês que não vi o tempo correr... Por mais longa nos pareça, a existência na Terra é uma experiência muito curta. A única coisa que espero depois da minha desencarnação é a possibilidade de poder continuar trabalhando.”

“Devemos aceitar a chegada da chamada morte, assim como o dia aceita a chegada da noite – tendo confiança que, em breve, de novo há de raiar o sol. Tudo tem seu apogeu e seu declínio. É natural que seja assim; todavia, quando tudo parece convergir para o que supomos o nada, eis que a vida ressurge, triunfante e bela! Novas folhas, novas flores, na indefinida bênção do recomeço!”

Trecho extraído do Livro O Evangelho de Chico Xavier de CArlos A. Baccelli

Um Sublime Peregrino

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