Um Sublime Peregrino

"É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios." Bezerra de Menezes (Mensagem "Unificação", psicografia de Francisco Cândido Xavier - Reformador, agosto 2001)

domingo, 19 de setembro de 2010

Em defesa do Centro espírita


"... e se recusarão a dar ouvidos à verdade, entregando-se

às fábulas." - 2 Timóteo, cap. 4 - v. 4.

Infelizmente, são muitos - para não dizer a maioria - os médiuns que abrem mão do bom-senso; não se submetem à disciplina da Doutrina, que lhes contraria os interesses; e estabelecem sintonia com os espíritos autores de teorias fabulescas que nada têm a ver com a Fé Raciocinada.

No Mundo Espiritual, conforme dissemos alhures, existem espíritos independentes que controlam uma infinidade de médiuns - espíritos que invadem a seara espírita e começam a impor os seus pontos de vista, como se tivessem autoridade para falar em nome da Doutrina.

Desrespeitam o código de orientação ética da mediunidade e controlam grupos que, por sua vez, são controlados pelos médiuns que os lideram sem qualquer oposição.

Prevalecendo-se de médiuns que com eles condescendem, certas entidades espirituais, que se recusam "a dar ouvidos à verdade", dominam núcleos espíritas e desvirtuam, neles, a aplicação da Doutrina. Opõem-se às reuniões de estudo, que as desmascarariam, e procuram afastar os companheiros de maior discernimento.

Eis um tópico que merece uma abordagem mais demorada. Se a casa espírita não tem proprietário, se pertence à comunidade, os irmãos sinceros na defesa dos postulados espíritas não devem ceder em seus direitos, opondo-se fraternalmente aos que intentam tomar o templo de assalto. Que se reúnam em conselho e discutam, entendendo que humildade não é conformismo.

Os que se omitem nos destinos do grupo mediúnico, a pretexto de tolerância e simplicidade, estão facilitando a ousadia das trevas. Não se trata de recorrer a qualquer tipo de violência: trata-se de erguer a voz em defesa da Verdade e não permitir que a casa espírita permaneça sob diretrizes comprometedoras.

Aceitaríamos, porventura, que a nossa casa fosse invadida e que não mais tivéssemos voz ativa dentro dela?

O patrimônio espírita - inclusive o material - há de ser preservado, porquanto o espaço de uma instituição espírita, por mais diminuto seja, é um ponto de referência importante para a Doutrina.

Os apóstolos, em Jerusalém, defenderam a Casa do Caminho, da qual inúmeras vezes, as trevas tentaram se apossar. Aquele abençoada núcleo do Cristianismo nascente não poderia cair nas mãos dos adversários do Cristo, sem que as atividades iniciais do Evangelho sofressem duros reveses.

Que, pois, os frequentadores e os conselheiros, que integram a diretoria e a vigilância espiritual do centro espírita, se conservem atentos, coibindo a ação de médiuns que, não raro, pretendem o patrimônio da casa. Neste sentido, que o estatuto que rege os destinos da instituição, devidamente redigido e registrado em cartório, conte com cláusulas que a preservem da ambição dos que, eternizando-se no poder, anseiam por eternizar as suas ideias, fazendo um Espiritismo à sua moda.

Que a democracia impere na casa espírita e que o rodízio entre os elementos que lhe constituem a diretoria impeça o aparecimento de quistos administrativos. Todavia que sempre impere o bom-senso e a fraternidade e, sobretudo, a autoridade moral de seus líderes.

A mediunidade mal orientada numa casa espírita é a principal porta de entrada da obsessão.

(De "No mundo da mediunidade", de Carlos A. Baccelli, pelo Espírito Odilon Fernandes)

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