Um Sublime Peregrino

"É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios." Bezerra de Menezes (Mensagem "Unificação", psicografia de Francisco Cândido Xavier - Reformador, agosto 2001)

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Rádio espírita

http://radioportaldaluz.com/

Divulgação

Visitem este blog: http://cantinhodemuitapaz.blogspot.com.br/, encontrarão um riqueza de artigos, adorei.Divulgação

quinta-feira, 5 de julho de 2012


Desejar uma sociedade com um consumo reduzido de drogas poderá deixar de ser uma utopia e se tornar realidade quando a humanidade progredir em três aspectos:
* Espiritual: é a consciência ética, a certeza da centelha divina nos corações humanos, a compreensão da finalidade da vida e o esforço individual para a reforma íntima e a evolução espiritual.
* Educacional: é a crença no poder e alcance da Educação, entendida dentro de uma concepção educativa de prevenção no sentido amplo. Educar para formar e não apenas informar.
* Político/Social: requer mudanças nas políticas públicas para melhoria da qualidade de vida da população quanto à moradia, saúde, educação, infra-estrutura, salários dignos, transporte, lazer, atividades esportivas, culturais e artísticas, ética, direitos humanos....


Fonte: A prevenção da drogas - A luz da ciência e da doutrina espirita

34ª SEMANA ESPÍRITA DE FEIRA DE SANTANA


34ª SEMANA ESPÍRITA DE FEIRA DE SANTANA

Com apoio da Feeb e tvcei o CR 3  - CONSELHO REGIONAL ESPÍRITA 03  lançou o cartaz da 34ª Semana Espírita de Feira de Santana com o tema "  O EVANGELHO NA CONSTRUÇÃO DO HOMEM DE BEM".

Seminário de Simão Pedro


Administrador e professor de cursos de graduação e pós-graduação do UNICERP, mestre em educação e especialista em gestão empresarial, história moderna e economia contemporânea.
Há mais de vinte anos, Simão Pedro milita na seara espírita. Começou na região do Triângulo Mineiro fazendo palestras e hoje conhece uma boa área do Movimento Espírita no Brasil. “Independentemente do tempo” – disse ele – “o que me deixa feliz é poder através deste trabalho, no Movimento Espírita, conhecer pessoas, fazer amizades e aprender muito com elas. Nesse tempo que estou no Movimento Espírita muito aprendizado me foi proporcionado pelas pessoas que nele atuam”.
Atualmente, Simão Pedro de Lima está na coordenação dos Departamentos de Educação Doutrinária e de Orientação para Assuntos da Mediunidade na Casa Espírita que frequenta, a Casa do Caminho, na cidade de Patrocínio (MG).
No Movimento Espírita, a convite dos confrades, participa de congressos, seminários, simpósios, visitando algumas Casas Espíritas para ministrar palestras.
Fonte: http://cr03.blogspot.com.br

segunda-feira, 30 de abril de 2012

A prece

A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação
que lhe corresponde. Conforme a sua natureza, paira na região em que foi
emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota,
segundo as finalidades a que se destina. (André Luiz)


PRECE

Senhor meu Deus, glória vos dou.
No meu caminhar por estradas incertas, sede o meu guia.
Nos momentos de aflição, fazei com que eu enxergue vossa luz.
Quando atingido pelo sofrimento, dai-me forças para que eu suporte sem desespero.
Diante das dificuldades, dai-me mais fé.
Permiti que a vossa luz
se faça em meu coração e eu possa espalhá-la ao redor dos meus passos.
Senhor, concedei-me o perdão das faltas, mas concedei-me
também a coragem e a resignação para ressarcir os meus débitos.
Estendei, enfim, sobre mim e todos aqueles que comigo
cruzarem a estrada da vida, um sopro de paz e fraternidade.

domingo, 29 de abril de 2012

Reflexão

Do Facebook de Mensageiros da Luz

Recomendo

www.saudadeeadeus.com.br

http://bvespirita.com/Livros-Menu.html

O primiero você encontrará filmes e o segundo vários livros espiritas.

sábado, 21 de abril de 2012

A mediunidade, para ser uma fonte de bênçãos, deve ser utilizada para servir,
não para afagar nosso ego. Enquanto ficamos suspirando por faculdades
incomuns estamos perdendo tempo precioso e com ele, oportunidades de
serviço.

Mergulho no invisível - vivências mediúnicas

sexta-feira, 16 de março de 2012

Pensamento de Herculano Pires


"Enganam-se os que pensam nos mortos como mortos. Eles estão mais vivos do que nós, dispõem de visão mais penetrante que a nossa, são criaturas mais definidas podem ver-nos, visitar-nos e comunicar-se conosco com mais facilidade e naturalidade preciso que não nos esqueçamos deste ponto importante: os homens são espíritos e os espíritos nada mais são do que homens libertos da injunções da matéria.

O tema, aparentemente sinistro devido ao milenar obscurantismo do clero católico, não tinha mistério para Herculano Pires. Conhecia as provas da imortalidade do ser humano obtidas por cientistas mundialmente famosos e pesquisara, ele mesmo, a mediunidade por mais de quarenta anos.
Vide a obra de Jorge Rizzini "Herculano Pires - O Apóstolo De Kardec".

quinta-feira, 15 de março de 2012

Obsessão

Obsessão Espiritual
"A obsessão é a ação persistente que um espírito mau exerce sobre um indivíduo. Apresenta caracteres muito diversos, desde a simples influência moral, sem perceptíveis sinais exteriores, até a perturbação completa do organismo e das faculdades mentais." (Allan Kardec)
"É a ação nefasta e continuada de um espírito sobre outro, independentemente do estado de encarnado ou desencarnado em que se encontrem"(Dr. José Lacerda).
A obsessão implica sempre ação consciente e volitiva, com objetivo bem nítido, visando fins e efeitos muito definidos, pelo obsessor que sabe muito bem o que está fazendo. Esta ação premeditada, planejada e posta em execução, por vezes, com esmero e sofisticação, constitui a grande causa das enfermidades psíquicas. Quando a obsessão se processa por imantação mental, a causa está, sempre em alguma imperfeição moral da vítima (na encarnação presente ou nas anteriores), imperfeição que permite a ação influenciadora de espíritos malfazejos.
A obsessão é a enfermidade do século. Tão grande é o número de casos rotulados como disfunção cerebral ou psíquica (nos quais, na verdade, ela está presente) que podemos afirmar: fora as doenças causadas por distúrbios de natureza orgânica, como traumatismo craniano, infecção, arteriosclerose e alguns raros casos de ressonância com o Passado (desta vida), TODAS as enfermidades mentais são de natureza espiritual.
A maioria dos casos é de desencarnados atuando sobre mortais. A etiologia das obsessões, todavia, é tão complexa quanto profunda, vinculando-se às dolorosas conseqüências de desvios morais em que encarnado e desencarnado trilharam caminhos da criminalidade franca ou dissimulada; ambos, portanto, devendo contas mais ou menos pesadas, por transgressões à grande Lei da Harmonia Cósmica Passam a se encontrar, por isso, na c ondição de obsidiado e obsessor, desarmonizados, antagônicos, sofrendo mutuamente os campos vibratórios adversos que eles próprios criaram. A maioria das ações pernici osas de espíritos sobre encarnados implica todo um extenso processo a se desenrolar no Tempo e no Espaço, em que a atuação odiosa e pertinaz (causa da doença) nada mais é do que um contínuo fluxo de cobrança de mútuas dívidas, perpetuando o sofrimento de ambos os envolvidos.
Perseguidores de ontem são vítimas hoje, em ajuste de contas interminável, mais trevoso do que dramático. Ambos, perseguidor e vítima atuais, estão atrasados na evolução espiritual. Tendo transgredido a Lei da Harmonia Cósmica e não compreendendo os desígnios da Justiça Divina, avocam a si, nos atos de vingança, poder e responsabilidade que são de Deus.
As obsessões podem ser classificadas em simples (mono ou poli-obsessões - por um obsessor ou por vários obsessores), ou complexa, quando houver ação de magia negra, implantação de aparelhos parasitas, uso de campos-de-força dissociativos ou magnéticos de ação contínua, provocadores de desarmonias tissulares que dão origem a processos cancerosos. Assim, os obsessores agem isoladamente, em grupos ou em grandes hordas, conforme o grau de imantação que tem com o paciente, sua periculosidade, os meios astrais de que dispõem, a inteligência de que são portadores, e sua potencialidade mental. De todos os modos são terríveis e somente com muito amor e vontade de servir à Obra do Senhor, faz com que nos envolvamos com eles.
Os tipos de ação obsessivas podem acontecer em desencarnado atuando sobre desencarnado, desencarnado sobre encarnado, encarnado sobre desencarnado, encarnado sobre encarnado ou ainda obsessão recíproca, esses dois últimos, estudados sob o título de Pseudo-Obsessão.

Pseudo-Obsessão

É a atuação do encarnado sobre o encarnado ou a obsessão recíproca. Todos nós conhecemos criaturas dominadoras, prepotentes e egoístas, que comandam toda uma família, obrigando todos a fazerem exclusivamente o que elas querem. Tão pertinaz (e ao mesmo tempo descabida) pode se tornar esta ação, que, sucedendo a morte do déspota, todas as vítimas de sua convivência às vezes chegam a respirar , aliviadas. No entanto, o processo obsessivo há de continuar, pois a perda do corpo físico não transforma o obsessor.
Este tipo de ação nefasta é mais comum entre encarnados, embora possa haver pseudo-obsessão entre desencarnados e encarnados. Trata-se de ação perturbadora em que o espírito agente não deseja deliberadamente, prejudicar o ser visado. É conseqüência da ação egoísta de uma criatura que faz de outra o objeto dos seus cuidados e a deseja ardentemente para si própria como propriedade sua. Exige que a outra obedeça cegamente às suas ordens desejando protegê-la, guiá-la e, com tais coerções, impede-a de se relacionar saudável e normalmente com seus semelhantes. Acreditamos que o fenômeno não deve ser considerado obsessão propriamente dita. O agente não tem intuito de prejudicar o paciente. Acontece que, embora os motivos possam até ser nobres, a atuação resulta prejudicial; com o tempo, poderá transformar-se em verdadeira obsessão.
A pseudo-obsessão é muito comum em pessoas de personalidade forte, egoístas, dominadoras, que muitas vezes, sujeitam a família à sua vontade tirânica. Ela aparece nas relações de casais, quando um dos cônjuges tenta exercer domínio absoluto sobre o outro. Caso clássico, por exemplo, é o do ciumento que cerceia de tal modo a liberdade do ser amado que, cego a tudo, termina por prejudicá-lo seriamente. Nesses casos, conforme a intensidade e continuidade do processo, pode se instalar a obsessão simples (obsessão de encarnado sobre encarnado).
O que dizer do filho mimado que chora, bate o pé, joga-se ao chão, até que consegue que o pai ou a mãe lhe dê o que quer ou lhe "sente a mão". Qualquer das duas reações fazem com que o pequeno e "inocente" vampiro, absorva as energias do oponente. O que pensar do chefe déspota, no escritório? E dos desaforos: "eu faço a comida, mas eu cuspo dentro". E que tal a mulher dengosa que consegue tudo o que quer? Quais são os limites prováveis?
Enquanto o relacionamento entre encarnados aparenta ter momentos de trégua enquanto dormem, o elemento dominador pode desprender-se do corpo e sugar as energias vitais do corpo físico do outro. Após o desencarne, o elemento dominador poderá continuar a "proteger" as suas relações, a agravante agora é que o assédio torna-se maior ainda pois o desencarnado não necessita cuidar das obrigações básicas que tem como encarnado, tais como: comer, dormir, trabalhar, etc. O obsidiado poderá reagir as ações do obsessor criando condições para a obsessão recíproca. Quando a vítima tem condições mentais, esboça defesa ativa: procura agr edir o agressor na mesma proporção em que é agredida. Estabelece-se, assim, círculo vicioso de imantação por ódio mútuo, difícil de ser anulado.
Em menor ou maior intensidade, essas agressões recíprocas aparecem em quase todos os tipos de obsessão; são eventuais (sem características que as tornem perenes), surgindo conforme circunstâncias e fases existenciais, podendo ser concomitantes a determinados acontecimentos. Apesar de apresentarem, às vezes, intensa imantação negativa, esses processos de mútua influenciação constituem obsessão simples, tendo um único obsessor. Quando a obsessão recíproca acontece entre desencarnado e encarnado é porque o encarnado tem personalidade muito forte, grande força mental e muita coragem, pois enfrenta o espírito em condições de
igualdade. No estado de vigília, a pessoa viva normalmente não sabe o drama que esta vivendo. É durante o sono - e desdobrada - que passa a ter condições de enfrentar e agredir o contendor.
Em conclusão a esses tipos de relacionamentos interpessoais, aparenta-me que o ser humano deixou de absorver as energias cósmicas ou divinas, por seu próprio erro, desligando-se do Divino e busca desde então, exercer o "poder" sobre o seu semelhante para assim, vampirizar e absorver as suas energias vitais.
De que maneira podemo s nos "religar" e absorver as energias divinas, depois de tantas vidas procedendo erroneamente? Talvez a resp osta esteja no "ORAI E VIGIAI", de maneira constante e persistente, sem descanso, sem tréguas, buscando o equilíbrio de ações, pensamentos e plena consciência dos seus atos pois talvez ainda, o maior culpado deste errôneo proceder seja de quem se deixa dominar, vampirizar ou chantagear.

Do Livro Apometria

sexta-feira, 9 de março de 2012

Estudando a mediunidade

Irmão Raul Silva
“Jesus lhe disse: Apascenta as minhas ovelhas.”

EVANGELHO.

Os estudos de André Luiz e do seu companheiro Hilário, antigos médicos na Terra, na última encarnação, sob a supervisão do Assistente Áulus, verificam-se em vários grupos de atividade mediúnica, efetivando-se as instrutivas e fundamentais observações, de início, num grupo que
denominaremos, neste livro, de «grupo-básico».
Os elementos que lhe compõem a «equipagem mediúnica», em número de dez — quatro irmãs e seis irmãos — realizam aquilo que poderemos classificar de “mediunismo cristão», guardando, todos eles, no Íntimo, elevada noção de responsabilidade quanto à nobreza da tarefa que, em conjunto, levam a efeito.
Reproduzamos, aqui, os informes que, à guisa de apresentação, o Assistente Áulus forneceu a André Luiz e Hilário, em torno da personalidade do diretor, encarnado, dos trabalhos.
Detendo-se junto ao irmão Raul Silva, «que dirige o núcleo com sincera devoção à fraternidade», apresentou: «Correto no desempenho dos seus deveres e ardoroso na fé, consegue
equilibrar o grupo na onda de compreensão e boa vontade, que lhe é característica. Pelo amor com que se desincumbe da tarefa, é instrumento fiel dos benfeitores desencarnados, que lhe identificam na mente um espelho cristalino, retratando-lhes as instruções. » As palavras de apresentação do companheiro Raul, dirigente do grupo visitado, ensejam significativas apreciações no tocante a determinados requisitos que não podem estar ausentes daqueles que se dispõem a presidir trabalhos mediúnicos.
Afirma-se, de modo geral, que Espíritos menos esclarecidos costumam acabar com centros espíritas ou agrupamentos mediúnicos, provocando confusões, desanimando uns, ou espalhando a cizânia entre outros. Ninguém, em sã consciência, negará a evidência desse assédio. Efetivamente, os Espíritos têm desmanchado muitos centros e continuarão sem dúvida, por muito tempo ainda, obtendo êxito em sua obra desagregadora, até que se dê a tais atividades, em toda a sua plenitude, o sentido e a feição superiores por que se bate o Espiritismo Cristão, através das bem orientadas instituições. Enquanto a boa vontade e a correção, o estudo e o amor não forem, primacialmente, a mola real de todos os grupos mediúnicos, os Espíritos menos esclarecidos encontrarão sempre fácil acesso, eis que a prática mediúnica, sem Evangelho sentido e vivido, e sem Doutrina estudada e compreendida, constitui porta abert a à infiltração dos desencarnados ainda não felicitados pela luz do esclarecimento. Todavia, uma outra verdade se patenteia. E essa verdade precisa de ser focalizada, como advertência fraterna e em nome do imenso amor que consagramos à Doutrina Espírita. Há, também, os «desmanchadores», encarnados, de centros e de grupos espíritas!
São os dirigentes intratáveis e grosseiros, destituídos, completamente, daquele senso psicológico indispensável a quem dirige e, acima de tudo, sem possuir aquela abnegação pelo trabalho e aquela bondade sincera para com os companheiros que, na posição de médiuns, lhes compartilham as tarefas. Há muitos dirigentes de centros, ou mesmo simples cooperadores, que
ajudam os Espíritos inferiores a encerrar-lhes as atividades, ou, então, a estacionarem pelo tempo a fora, numa improdutividade que faz dó. São aqueles que nunca têm uma palavra amiga, de reconforto e estímulo para os médiuns.
São aqueles que não possuem elementares recursos de paciência para com os sofredores ou endurecidos, trazidos, pelo devotamento dos guias, ao serviço de consolação ou esclarecimento, segundo o caso. São aqueles que, hiperbólicos e insofreáveis no seu entusiasmo, não sabem dosar a palavra incentivadora ao medianeiro iniciante, estiolando, pelo elogio indiscriminado e inconseqüente, preciosas faculdades medianímicas. São aqueles que mais se parecem com «funcionários de cadastro» das organizações do mundo. Indagam, a todo o custo e sem qualquer objetivo edificante, o nome do comunicante, onde nasceu e em qual cartório será encontrado o seu registro de nascimento; em qual igreja poderá ser examinado o batistério, quanto ganhava no último emprego que ocupou na Terra e qual o número da Carteira Profissional; o nome da esposa do chefe da secção, qual a penúltima cidade onde viveu, nome da rua e a respectiva numeração, quem era o vizinho da direita e se o filho mais velho do vizinho da esquerda era aplicado
nos estudos e se tinha boa caligrafia...
São esses os “desmanchadores”, encarnados, que colaboram, por falta de compreensão dos deveres de fraternidade, preceituados no Evangelho, com os desencarnados que, poderosamente organizados no Espaço, assediam os núcleos espíritas de esclarecimento. Meditemos, todos, na admirável apresentação do dirigente Raul Silva. Analisemos, uma a uma, as referências em torno da sua pessoa. Devoção à fraternidade, correção no cumprimento dos deveres, pontualidade, fé ardorosa, compreensão, boa vontade, equilíbrio, prudência e muito amor no coração — eis as apreciáveis qualidades que exornam a sua personalidade. Simboliza, ele, o trabalhador sincero e bem intencionado. Representa, ele, o tipo ideal do dirigente de reuniões mediúnicas ou do
presidente de instituições espíritas. Tomemo-lo, pois, por modelo, afeiçoando, paulatina-mente, a nossa à sua conduta evangélica, e veremos, então, fora de qualquer dúvida, o progresso
cada vez maior dos núcleos que o Senhor Jesus nos confiou ao coração necessitado de luz e ascensão. Raul Silva é, como acentua o Assistente Áulus, pessoa comum. Não é um santo, nem um herói extraordinário, transitando, singularmente, pelo mundo.
Come, bebe e veste-se normalmente. Na Terra, nos labores de cada dia, nenhuma diferenciação apresenta das demais criaturas. Esforça-se, contudo, para melhorar-se , a fim de retratar», dos benfeitores espirituais, as instruções necessárias ao serviço de amparo aos companheiros
desencarnados trazidos à incorporação. É sincero e ama o seu trabalho. Cultiva a bondade com todos, não se enerva e nem se impacienta com aqueles que ainda não podem compreender os alevantados objetivos do Espiritismo Cristão. Procura amar a todos, pequenos e grandes, pobres e ricos, pretos e brancos, pela convicção de que não poderá dirigir ou orientar quaisquer
agrupamentos quem não tiver muito amor para ofertar, desinteressadamente,
inclusive com o sacrifício próprio, conforme depreendemos das três famosas perguntas de Jesus ao velho apóstolo galileu: Pedro, tu me amas ? E, ante a resposta afirmativa do venerando pescador, recomenda-lhe, jubiloso, com a alma inundada de esperança: “Se me amas, Pedro, apascenta as minhas ovelhas.”
Um grupo mediúnico é, em miniatura, um rebanho de ovelhas. Se o dirigente não amar bastante, a fim de «equilibrar o grupo na onda de compreensão e boa vontade», nunca poderá apascentá-las, nem conduzi-las ao aprisco da paz e do trabalho.
Deixá-las-á desamparadas, à mercê dos temporais e das surpresas do mundo das sombras.

Extraído do livro Estudando a mediunidade de Martins Peralva

Estudo da obra Painéis da obsessão


CENTRO ESPÍRITA NOSSO LAR

GRUPO DE ESTUDO DAS OBRAS DE ANDRÉ LUIZ

E MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA

15o livro: Painéis da Obsessão, 1983, 8 reuniões.

1a. REUNIÃO

(Fonte: do prefácio ao capítulo 4.)

1. A conduta mental promove a saúde ou a doença - Na raiz de to­das as enfermidades que sitiam o homem encontramos, como causa prepon­derante, o desequilíbrio dele próprio. O Espírito é o modelador dos equipamentos de que se utilizará na reencarnação. Assim sendo, desdo­bra as células da vesícula seminal sobre as matrizes vibratórias do perispírito, dando surgimento aos folhetos blastodérmicos que se encar­regam de compor os tubos intestinal e nervoso, os tecidos cutâ­neos e todos os elementos constitutivos das organizações física e psí­quica. São bilhões de seres microscópicos, individualizados, que tra­balham sob o comando da mente, que retrata as aquisições anteriores, que cumpre aprimorar ou corrigir. Cada um desses seres que se ajustam perfeitamente aos implementos vibratórios da alma, emite e capta irradiações específicas, em forma de oscilações eletromagnéticas, que compõem o quadro da individualidade humana. Em razão da conduta men­tal, as células são estimuladas ou bombardeadas pelos fluxos dos inte­resses que lhe aprazem, promovendo a saúde ou dando origem aos dese­quilíbrios que decorrem da inarmonia, quando essas unidades em estado de mitose degeneram, oferecendo campo às bactérias patológicas que se instalam vencendo os fatores imunológicos, desativados ou enfraqueci­dos pelas ondas contínuas de mau humor, pessimismo, revolta, ódio, ciúme, lubricidade e viciações de qualquer natureza que se transformam em poderosos agentes da perturbação e do sofrimento. No caso dos fenô­menos teratológicos das patogenias congênitas, encontramos o Espírito infrator encarcerado na organização que desrespeitou impunemente, quando a colocou a serviço da irresponsabilidade ou da alucinação. Problemas de graves mutilações e deficiências, enfermidades irreversí­veis surgem como efeitos da culpa guardada no campo da consciência, em forma de arrependimentos tardios pelas ações nefastas antes pratica­das. (Painéis da obsessão, pp. 7 e 8)

domingo, 4 de março de 2012

Médiuns

Médiuns

Focalizando a pessoa de Raul Silva, tecemos considerações de ordem moral, relativamente às qualidades que reputamos indispensáveis ao dirigente de sessões mediúnicas que deseja tornar-se, de fato, eficiente, compreendendo-se, naturalmente, que o vocábulo «eficiente» terá em nossos estudos significado diverso do habitualmente conhecido.
Eficiente, sob o ponto de vista espiritual, será aquele trabalhador que melhor se harmonizar com a Vontade do Pai Celestial. Será aquele que se destacar pelo cultivo sincero da humildade e da fé, do devotamento e da confiança, da boa vontade e da compreensão.
Raul Silva é o modelo do eficiente condutor, encarnado, de tarefas mediúnicas. A fim de que os estudos se processem numa sequência que facilite a consecução de nossos objetivos, qual seja o de elucidar, em linguagem simplíssima, os pormenores do livro Nos Domínios da Mediunidade, extraindo de tais pormenores conclusões que favoreçam a melhor compreensão do elevado sentido do mediunismo, é justo e oportuno recordemos a apresentação feita pelo Assistente Áulus dos companheiros que, com Raul Silva, integram o núcleo de serviços cristãos.
Eugênia: «médium de grande docilidade, que promete brilhante futuro na expansão do bem», tem a vantagem de conservar-se consciente» enquanto empresta a organização mediúnica aos Espíritos.
Anélio: vem conquistando gradativo progresso na clarividência, na clariaudiência e na psicografia».
Antônio Castro: é médium sonâmbulo.
Celina: é clarividente e audiente, além de ser médium de incorporação e de desdobramento.
Pelas observações do Assistente Áulus, e pelo que apreciaremos nos capítulos subsequentes, perceber-se-á que Celina é uma colaboradora devotadíssima, conduzindo valiosos títulos de benemerência espiritual. Diante de companheiros tão respeitáveis, pela abnegação e pelo espírito
de sacrifício, Hilário não resistiu ao desejo de indagar se seria lícito aceitar a possibilidade de ser o campo mental de tais servidores, especialmente da irmã Celina, invadido por Espíritos menos esclarecidos, respondendo Áulus que sim, uma vez que a referida médium está numa prova de longo curso e que, nos encargos de aprendiz, ainda se encontra muito longe de terminar a lição.”
E depois de meditar um instante, conclui:
«Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho.»
Esta observação é oportuna e constitui valiosa advertência aos obreiros da Seara Cristã, especialmente àqueles que foram convocados ao trabalho no setor da mediunidade.
Assim como há companheiros que se julgam intangíveis ou invulneráveis, também há médiuns que se julgam isentos de qualquer influenciação menos elevada.
Fazer-lhes sentir que tais influenciações são ocorrência natural e corriqueira na vida de todos nós, almas necessitadas e ainda empenhadas em dolorosos resgates, significa, quase sempre, ferir suscetibilidades e, às vezes, contrair antipatias. Guardemos, porém, para uso próprio, a filosófica tirada do benevolente Instrutor:
«Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho. »
O médium, por excelente que seja a sua assistência espiritual, não deve descurar-se da própria vigilância, lembrando sempre de que é uma criatura humana, sujeita, por isso, a oscilações vibratórias, a pensamentos e desejos inadequados. Devemos ter sempre na lembrança a palavra de Emmanuel: «Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção
comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e erros clamorosos.»
Quando o médium guarda a noção de fragilidade e pequenez, pela convicção de que é uma alma em processo de redenção e aperfeiçoamento, pelo trabalho e pelo estudo, está-se preparando, com segurança, para o triunfo nas lides do Espírito Eterno. Entretanto, quando começa a pensar que é um missionário, um privilegiado dos Céus e que os próprios Espíritos Superiores se sentem honrados e distinguidos por assisti-lo, é, sem dúvida, um companheiro em perigo.
É um forte candidato à obsessão e ao fracasso. A vaidade é o primeiro passo que o médium dá no caminho da desventura. A senda do desequilíbrio se abre, larga e sedutoramente, ao medianeiro
encarnado que entroniza, no altar do coração invigilante, a imponente figura de
Sua Majestade — O EGOISMO.
Esforcemo-nos, portanto, no sentido de realizar a humildade e o espírito de serviço, em benefício da nossa paz, porque, em verdade, nenhum de nós venceu, ainda, a si mesmo.

Do Livro estudando a Mediunidade de Martins Peralva

Indução Espiritual

Indução Espiritual

A indução espiritual de desencarnado para encarnado se faz espontaneamente, na maioria das vezes de modo casual, sem premeditação ou maldade alguma. O espírito vê o paciente, sente-lhe a benéfica aura vital que o atrai, porque lhe dá sensação de bem estar. Encontrando-se enfermo, porém, ou em sofrimento, transmite ao encarnado suas angústias e dores, a ponto de desarmonizá-lo - na medida da intensidade da energia desarmônica de que está carregado e do tempo de atuação sobre o encarnado. Em sensitivos sem educação mediúnica, é comum chegarem em casa esgotados, angustiados ou se queixando de profundo mal-estar. Por
ressonância vibratória, o desencarnado recebe um certo alívio, uma espécie de calor benéfico que se irradia do corpo vital mas causa no encarnado, o mal-estar de que este se queixa.
Hábitos perniciosos ou vícios, uma cerveja na padaria, um cigarro a mais, um passeio no motel, um pornofilme da locadora de vídeo, defender ardorosamente o time de futebol, manifestação violenta da sua própria opinião pessoal, atraem tais tipos de companhia espiritual, algumas brincadeiras tais como as do copo, ou pêndulo, podem atrair espíritos brincalhões, a princípio, que podem gostar dos participantes e permanecerem por uma longa estadia. De qualquer maneira, o encarnado é sempre o maior prejudicado, por culpa da sua própria invigilância - "orai e vigiai" são as palavras chaves e o agir conscientemente, é a resposta. A influência exercida pelos desencarnados, em todas as esferas da atividade humana poderá ser feita de maneira
sutil e imperceptível, por exemplo, sugerindo uma única palavra escrita ou falada que deturpe o significado da mensagem do encarnado de modo a colocá-lo em situação delicada.
A indução espiritual, embora aparente uma certa simplicidade, pode evoluir de maneira drástica, ocasionando repercussões mentais bem mais graves, simulando até mesmo, uma subjugação espiritual por vingança.
Durante o estado de indução espiritual, existe a transferência da energia desarmônica do desencarnado para o encarnado, este fato poderá agravar outros fatos precedentes, como a ressonância vibratória com o passado angustioso que trazem a desarmonia psíquica para a vida presente, através de "flashes" ideoplásticos (ideo- do grego idéa = "aparência"; princípio, idéia. + plast- (icos) do grego plásso ou platto = "modelar"; moldar. Ou ainda "plasmar", no conceito espírita.). Em outras palavras: um fato qualquer na vida presente, poderá ativar uma faixa angustiosa de vida passada, tal vibração, gera a sintonia vibracional que permite a aproximação de um espírito desencarnado em desarmonia. Esses dois fatos juntos podem gerar situações de esquizofrenia na vida atual do paciente.

Do livro Apometria de Dr. José Lacerda de Azevedo

sábado, 25 de fevereiro de 2012

História de um médium


Autor Humberto de Campos / Médium Francisco Cândido Xavier

As observações interessantes sobre a doutrina dos Espíritos sucediam-se umas às outras, quando um amigo nosso, velho lidador do Espiritismo, no Rio de Janeiro, acentuou, gravemente:

-- "Em Espiritismo, uma das questões mais sérias é o problema do médium..."

-- "Sob que prisma?" -- Indagou um dos circunstantes.

-- "Quanto ao da necessidade de sua própria edificação para vencer o meio."

-- "Para esclarecer a minha observação -- continuou o nosso amigo -- contar-lhe-ei a história de um companheiro dedicado, que desencarnou, há poucos anos, sob os efeitos de uma obsessão terrível e dolorosa."

Todo o grupo, lembrando os hábitos antigos, como se ainda estacionássemos num ambiente terrestre, aguçou os ouvidos, colocando-se à escuta:

-- "Azarias Pacheco -- começou o narrador -- era um operário despreocupado e humilde do meu bairro, quando as forças do Alto chamaram o seu coração ao sacerdócio mediúnico.

Moço e inteligente, trabalhava na administração dos serviços de uma oficina de consertos, ganhando, honradamente, a remuneração mensal de quatrocentos mil réis.

Em vista do seu espírito de compreensão geral da vida, o Espiritismo e a mediunidade lhe abriram um novo campo de estudos, a cujas atividades se entregou sob uma fascinação crescente e singular.

Azarias dedicou-se amorosamente à sua tarefa, e, nas horas de folga, atendia aos seus deveres mediúnicos com irrepreensível dedicação.

Elevados mentores do Alto forneciam lições proveitosas, através de suas mãos.

Médicos desencarnados atendiam, por ele, a volumoso receituário.

E não tardou que o seu nome fosse objeto de geral admiração.

Algumas notas de imprensa evidenciaram ainda mais os seus valores medianímicos e, em pouco tempo, a sua residência humilde povoava-se de caçadores de anotações e de mensagens.

Muitos deles diziam-se espíritas confessos, outros eram crentes de meia-convicção ou curiosos do campo doutrinário.

O rapaz, que guardava sob a sua responsabilidade pessoalnumerosas obrigações de família, começou a sacrificar primeiramente os seus deveres de ordem sentimental, subtraindo à esposa e aos filhinhos as horas que habitualmente lhes consagrava, na intimidade doméstica.

Quase sempre cercado de companheiros, restavam-lhe apenas as horas dedicadas à conquista de seu pão cotidiano, com vistas aos que o seguiam carinhosamente pelos caminhos da vida.

Havia muito tempo perdurava semelhante situação, em face de sua precisosa resistência espiritual, no cumprimento de seus deveres.

Dentro de sua relativa educação medianímica, Azarias encontrava facilidade para identificar a palavra de seu guia sábio e incansável, sempre a lhe advertir quanto à necessidade de oração e de vigilância.

Acontece, porém, que cada triunfo multiplicava as suas preocupações e os seus trabalhos.

Os seus admiradores não queriam saber das circunstâncias especiais de sua vida.

Grande parte exigia as suas vigílias pela noite a dentro, em longas narrativas dispensáveis.

Outros alegavam os seus direitos às exclusivas atenções do médium.

Alguns acusavam-no de preferências injustas, manifestando o gracioso egoísmo de sua amizade expressando o ciúme que lhes ia n'alma, em palavras carinhosas e alegres.

Os grupos doutrinários disputavam-no.

Azarias verificou que a sua existência tomava um rumo diverso, mas os testemunhos de tantos afetos lhe eram sumamente agradáveis ao coração.

Sua fama corria sempre.

Cada dia era portador de novas relações e novos conhecimentos.

Os centros importantes começaram a reclamar a sua presença e, de vez em quando, surpreendiam- no as oportunidades das viagens pelos caminhos de ferro, em face da generosidade dos amigos, com grandes reuniões de homenagens, no ponto de destino.

A cada instante, um admirador o assaltava:

- "Azarias, onde trabalha você?..."

-"Numa oficina de consertos."

-- "Ó! Ó!... e quanto ganha por mês?"

-- "Quatrocentos mil réis." –

"Ó! mas isso é um absurdo...

Você não é criatura para um salário como esse!

Isso é uma miséria!...”

Em seguida outros ajuntavam:

-- "O Azarias não pode ficar nessa situação.

Precisamos arranjar-lhe coisa melhor no centro da cidade, com uma remuneração à altura de seus méritos ou, então, poderemos tentar-lhe uma colocação no serviço público, onde encontrará mais possibilidades de tempo para dedicar-se à missão...”

O pobre médium, todavia, dentro de sua capacidade de resistência, respondia:

-"Ora, meus amigos, tudo está bem.

Cada qual tem na vida o que mereceu da Providência Divina e, além de tudo, precisamos considerar que o Espiritismo tem de ser propagado, antes do mais, pelos Espíritos e não pelos homens!...”

Azarias, contudo, se era médium, não deixava de ser humano.

Requisitado pelas exigências dos companheiros, já nem pensava no lar e começava a assinalar na sua ficha de serviços, faltas numerosas.

A princípio, algumas raras dedicações começaram a defendê-lo na oficina, considerando que, aos olhos dos chefes, suas falhas eram sempre mais graves que as dos outros colegas, em virtude do renome que o cercava; mas, um dia, foi ele chamado ao gabinete de seu diretor que o despediu nestes termos:

"Azarias, infelizmente não me é possível conservá-lo aqui, por mais tempo.

Suas faltas no trabalho atingiram o máximo e a administração central resolveu eliminá-lo do quadro de nossos companheiros."

O interpelado saiu com certo desapontamento, mas lembrou-se das numerosas promessas dos amigos.

Naquele mesmo dia, buscou providenciar para um nova colocação, mas, em cada tentativa, encontrava sempre um dos seus admiradores e conhecidos que obtemperava:

-- "Ora Azarias, você precisa ter mais calma!...

Lembre-se de que a sua mediunidade é um patrimônio de nossa doutrina...

Sossega, homem de Deus!...

Volte à casa e nós todos saberemos ajudá-lo neste transe." Na mesma data, ficou assentado que os amigos do médium se cotizariam, entre si, de modo que ele viesse a perceber uma contribuição mensal de seiscentos mil réis, ficando, desse modo, habilitado a viver tão somente para a doutrina.

Azarias, sob a inspiração de seus mentores espirituais, vacilava ante a medida, mas à frente de sua imaginação estavam os quadros do desemprego e das imperiosas necessidades da família.

Embora a sua relutância íntima, aceitou o alvitre.

Desde então, a sua casa foi o ponto de uma romaria interminável e sem precedentes.

Dia e noite, seus consulentes estacionavam à porta.

O médium buscava atender a todos como lhe era possível.

As suas dificuldades, todavia, eram as mais prementes.

Ao cabo de seis meses, todos os seus amigos haviam esquecido o sistema das cotas mensais.

Desorientado e desvalido, Azarias recebeu os primeiros dez mil réis que uma senhora lhe ofereceu após o receituário.

No seu coração, houve um toque de alarma, mas o seu organismo estava enfraquecido.

A esposa e os filhos estavam repletos de necessidades.

Era tarde para procurar, novamente, a fonte do trabalho.

Sua residência era objeto de uma perseguição tenaz e implacável.

E ele continuou recebendo.

Os mais sérios distúrbios psíquicos o assaltaram.

Penosos desequilíbrios íntimos lhe inquietavam o coração, mas o médium sentia-se obrigado a aceitar as injunções de quantos o procuravam levianamente.

Espíritos enganadores aproveitaram-se de suas vacilações e encheram-lhe o campo mediúnico de aberrações e descontroles.

Se as suas ações eram agora remuneradas e se delas dependia o pão dos seus, Azarias se sentia na obrigação de prometer alguma coisa, quando os Espíritos não o fizessem.

Procurado para a felicidade no dinheiro, ou êxito nos negócios ou nas atrações do amor do mundo, o médium prometia sempre as melhores realizações, em troca dos míseros mil réis da consulta.

Entregue a esse gênero de especulações, não mais pode receber o pensamento dos seus protetores espirituais mais dedicados.

Experimentando toda sorte de sofrimentos e de humilhações, se chegava a queixar-se, de leve, havia sempre um cliente que lhe observava: -- "Que é isso, "seu" Azarias?...

O senhor não é médium? Um médium não sofre essas coisas!...

Se alegava cansaço, outro objetava, de pronto, ansioso pela satisfação de seus caprichos:

-- "E a sua missão, "seu" Azarias?...

Não se esqueça da caridade!..."

E o médium, na sua profunda fadiga espiritual, concentrava-se, em vão, experimentando uma sensação de angustioso abandono, por parte dos seus mentores dos planos elevados.

Os mesmos amigos da véspera piscavam, então, os olhos, falando, em voz baixa, após as despedidas:

-- "Você já notou que o Azarias perdeu de todo a mediunidade?..."

-- Dizia um deles.

-- "Ora, isso era esperado -- redargüia-se -- desde que ele abandonou o trabalho para viver à custa do Espiritismo, não podíamos aguardar outra coisa."

-- "Além disso -- exclamava outro do grupo -- todos os vizinhos comentam a sua indiferença para com a família, mas, de minha parte sempre vi no Azarias um grande obsidiado."

-- "O pobre do Azarias perverteu-se -- falava ainda um companheiro mais exaltado -- e um médium nessas condições é um fracasso para a própria doutrina..."

-- "É por essa razão que o Espiritismo é tão incompreendido! -- sentenciava ainda outro

-- Devemos tudo isso aos maus médiuns que envergonham os nossos princípios."

Cada um foi esquecendo o médium, com a sua definição e a sua falta de caridade.

A própria família o abandonou à sua sorte, tão logo haviam cessado as remunerações.

Escarnecido em seus afetos mais caros, Azarias tornou-se um revoltado.

Essa circunstância foi a última porta para o livre ingresso das entidades perversas que se assenhorearam de sua vida.

O pobre náufrago da mediunidade perambulou na crônica dos noticiários, rodeado de observações ingratas e de escandalosos apontamentos, até que um leito de hospital lhe concedeu a bênção da morte..."

O narrador estava visivelmente emocionado, rememorando as suas antigas lembranças.

-- "Então, quer dizer, meu amigo -- observou um de nós -- que a perseguição da polícia ou a perseguição do padre não são os maiores inimigos da mediunidade"...

-- "De modo algum.

-- Replicou ele, convicto.

-- O Padre e a política podem até ser os portadores de grandes bens." E, fixando em nós outros o seu olhar percuciente e calmo, rematou a sua história, sentenciando, gravemente:

-- "O maior inimigo dos médiuns está dentro de nossos próprios muros!..."


(Recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier, em 29 de abril de 1939).

Do livro "Novas Mensagens", de Humberto de Campos, psicografado por
Francisco Cândido Xavier

Espiritismo e Meddiunidade



Que devemos buscar na Mediunidade? Como devemos considerar os Médiuns?
Que nos podem oferecer o Espiritismo e o Mediunismo?
Essas três singelas perguntas constituem o esboço do presente capítulo.
Em que pese ao extraordinário progresso do Espiritismo, neste seu
primeiro século de existência codificada, qualquer observador notará que os
seus variegados ângulos ainda não foram integralmente apreendidos, inclusive
por companheiros a ele já filiados.
Muitas criaturas, almas generosas e simples, ainda não sabem o que
devem e podem buscar na mediunidade.
Outras, guardam um conceito errôneo e perigoso, com relação aos
médiuns, situando-os, indevidamente, na posição de santos ou iluminados.
Em resumo, ainda não sabemos, evidentemente, o que o Espiritismo e a
prática mediúnica nos podem oferecer.
Há quem deseje, irrefletidamente, buscar nos serviços de intercâmbio
entre os dois planos a satisfação de seus interesses imediatistas, relacionados
com a vida terrena, como existem os que, endeusando os médiuns, ameaçamlhes
a estabilidade espiritual, com sérios riscos para o Homem e para a Causa.
O Espiritismo não responde por isso. Nem os Espíritos Superiores. Nem os Espíritos mais esclarecidos.
Allan Kardec foi, no dizer de Flammarion, “o bom senso encarnado”, O Espiritismo, cuja codificação no plano físico coube ao sábio francês, teria de ser, também, a Doutrina do bom-senso e da lógica, do equilíbrio e da sensatez.
Ele permanecerá como imponente marco de luz, por muitos séculos, aclarando o entendimento de quantos lhe busquem por manancial de esclarecimento e consolação. Ao invés de cogitar apenas dos problemas materiais, para cuja solução existem, no mundo, numerosas instituições especializadas, cogita o Espiritismo de fixar o roteiro do nosso reajustamento para a Vida Superior. Reajustamento assim especificado:
a) - Moral
b)— Espiritual
c) — Intelectual
E na definição de André Luiz, “revelação divina para renovação fundamental dos homens”.
Quem se alista nas fileiras do Espiritismo é compelido, naturalmente, a iniciar o processo de sua própria transformação moral. Não quer mais ser violento ou grosseiro, maledicente ou ingrato, leviano ou infiel. Deseja, embora tateante, em vista das solicitações inferiores que decorrem, inevitavelmente, do nosso aprisionamento às formas primitivistas evolucionais, subir, devagarinho, os penosos degraus do aperfeiçoamento espiritual, integrando-se, para isso, no trabalho em favor de si mesmo e dos outros.
O Espírita esclarecido considerará o médium como um companheiro comum, portador das mesmas responsabilidades e fraquezas que igualmente nos afligem. Alma humana, falível e pecadora, necessitada de compreensão.
Não o tomará por adivinho, oráculo ou revelador de notícias inadequadas. Assim sendo, ajudá-lo-á no desempenho dos seus deveres, evitando o elogio que inutiliza as mais belas florações mediúnicas, para estimulá-lo e ampará-lo com a palavra amiga e sincera.
Todo Espírita ganharia muito se lesse, meditando, o capítulo História de um Médium, do livro “Novas Mensagens”, do Espírito de Humberto de Campos. Como descansariam os médiuns do assédio impiedoso que lhes movem alguns companheiros, deixando-os, assim, livres e desimpedidos para a realização de suas nobres tarefas? O Espiritista sincero irá compreendendo, pouco a pouco, que o Espiritismo e o Mediunismo lhe podem oferecer ensejo para o sublime “reencontro com o pensamento puro do Cristo, auxiliando-nos a compreensão para mais amplo
discernimento da verdade”. E, através dessa compreensão, saberá reverenciar “o Espiritismo e a
Mediunidade como dois altares vivos no templo da fé, através dos quais contemplaremos, de mais alto, a esfera das cogitações propriamente terrestres, compreendendo, por fim, que a glória reservada ao espírito humano é sublime e infinita, no Reino Divino do Universo”.
Com esta superior noção das finalidades da Doutrina Espírita, não mais se farão ouvir, proferidas por companheiros nossos, as três perguntas com que abrimos o presente capítulo:
Que devemos buscar na mediunidade? Como devemos considerar os médiuns?
Que nos podem oferecer o Espiritismo e o Mediunismo?


Página retirada do Liuvro Estudando a Mediunidade de Martins Peralva

Um Sublime Peregrino

Um Sublime Peregrino