Um Sublime Peregrino

"É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios." Bezerra de Menezes (Mensagem "Unificação", psicografia de Francisco Cândido Xavier - Reformador, agosto 2001)

domingo, 28 de agosto de 2011

O bem e o mal

Richard Simonetti (Foto Cleide Bucalon)

Em interessante diálogo com os discípulos, perguntou-lhes Jesus:

– Quem dizem os homens ser o filho do Homem?

– Uns dizem que és João Batista; outros Elias e outros Jeremias ou algum dos profetas, que ressurgiu.

Mas vós outros, quem dizeis que eu sou?

Simão Pedro adiantou-se: –Tu és o Cristo, o Filho do Deus Vivo.

Jesus o cumprimentou: – Bem-aventurado és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne e o sangue quem to revelaram, mas meu Pai que está nos Céus…

Não obstante os prodígios operados e a beleza de seus princípios, o Mestre não seria aceito pelas lideranças judaicas. Esperavam alguém de espada na mão para elevar Israel ao domínio de todas as nações. Jamais admitiriam um Messias que exaltava a paz, não a guerra; o amor, não o ódio; o perdão, não a vingança, com uma mensagem universalista que pretendia irmanar todos os povos. Perfeitamente consciente disso, Jesus afirmou, em assombrosa profecia, antecipando o que enfrentaria:

– É necessário que o filho do Homem sofra muitas coisas, e seja rejeitado pelos anciãos, pelos principais sacerdotes e escribas, seja morto e ressuscite no terceiro dia.

Suas afirmativas causaram impacto. Simão Pedro, talvez o mais perplexo, reclamou: – Deus não o permita, Senhor! Isso de modo algum te acontecerá!

Jesus respondeu veemente: – Afasta-te de mim, Satanás! Tu és para mim pedra de tropeço, porque não cogitas das coisas de Deus, e, sim, das coisas dos homens.

O episódio reserva preciosa lição: Num momento, Simão Pedro situa Jesus como o mensageiro divino. Logo em seguida, perturbado com suas revelações, pretende contestá-lo.

As reações do apóstolo exprimem com fidelidade uma das grandes contradições da personalidade humana: a facilidade com que mudamos o ânimo, oscilando entre o Bem e o mal, a Luz e as sombras, a Virtude e o vício…

Não é preciso grande esforço de raciocínio para compreender esse desvio. Por que buscamos a luz, mas, frequentemente, estamos em trevas.

A causa é o egoísmo, que nos leva a desejar que tudo gire em torno de nossa personalidade, ao sabor de nossas conveniências, como se fôssemos o centro do Universo. Fazemos dele a medida da Vida. Imaginamos bom o que corresponde às nossas expectativas. Consideramos mau o que nos contraria. Por isso, os piores momentos estão sempre relacionados com nossas frustrações.

– Estou angustiado – o pai não me atende.

– Estou irritado – a esposa não me entende.

– Estou magoada – o marido esqueceu meu aniversário.

– Estou arrasado – o colega foi promovido na minha frente.

– Estou furioso – o chefe censurou meu desempenho.

– Estou descrente – o Senhor não ouve minhas orações.

Mesmo como discípulos de Jesus, estamos dispostos a seguir seus exemplos de fraternidade e amor, tolerância e bondade, desde que ninguém nos contrarie. Se isso acontece, imediatamente contrariamos o Evangelho. Daí a nossa instabilidade emocional, a dificuldade em sustentar a paz.

Por isso, o programa básico de nosso equilíbrio envolve um ajuste de nossos sentimentos. Muito mais importante do que exigir o atendimento de nossos caprichos é atender à vontade de Deus, expressa no Evangelho.

E se nos empolgamos pela grandeza de Jesus, manifestando disposição em segui-lo, não nos esqueçamos de o caminho do Cristo é de trabalho, renúncia e sacrifício de nossos interesses pessoais em favor do bem comum.

Caso contrário, à semelhança de Simão Pedro, facilmente seremos envolvidos pelas sombras, tropeçando em nossas próprias mazelas.

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As penas


Quando pequenas, minha irmã e eu éramos muito sonhadoras. O sonho e a imaginação se conjugam muito bem.

E, de quando em vez, inventávamos histórias sobre nossas companheiras. Essas histórias se transformavam em boatos que, em uma cidade pequena, terminavam por provocar dissabores.

Na verdade, não fazíamos aquilo por mal, mas, naturalmente, enquanto dávamos rédeas soltas à nossa fantasia, os desagradáveis incidentes se multiplicavam.

Lembro-me muito bem de certa manhã, antes do inverno chegar. Ventava muito e nós brincávamos no galpão. Entretanto mamãe estava sentada em um tamborete, ao aberto, bem no meio do quintal.

Aquilo nos intrigou um pouco, porém logo nos distraímos.

Nossa atenção voltou a ser despertada quando ela nos chamou, solicitando que levássemos até ela uma almofada e uma tesoura, que se encontravam perto de nós.

Quando colocamos os dois objetos junto dela, ela nos pediu que cortássemos a almofada ao meio.

Obedecemos. A almofada estava cheia de penas e, logo em seguida, levadas pelo vento, elas enchiam o quintal num espetáculo tão lindo como uma tempestade de neve. Eu e minha irmã pulávamos encantadas com o espetáculo.

Todavia, mamãe tornou a nos chamar. Junto dela estava a sua cesta de costura, que nem tínhamos visto. Foi lá de dentro que ela tirou uma capa de almofada nova e vazia.

Ela solicitou que enchêssemos de novo a almofada. Ficamos admiradas com o pedido, julgando impossível que fosse atendido, pois as penas haviam voado por toda parte.

Enquanto observava as penas dançando ao vento, ela fez um comentário que eu e minha irmã não pudemos esquecer por toda a vida.

Ela comparou as penas com os boatos que certas pessoas propagam: uma vez espalhados, não há meios de fazê-los voltar ao ponto de partida.

* * *

Esta singela história nos leva a refletir o quanto é importante cuidarmos de qualquer comentário que possamos vir a fazer a respeito de outras pessoas.

Vigiemos sempre as nossas palavras, não nos entregando à maledicência.

Poucos de nós cultivam a indulgência, um sentimento fraternal que nos move a não enxergar as falhas e os defeitos dos outros.

Quando notarmos as fraquezas alheias, evitemos divulgá-las ou tenhamos o cuidado de atenuá-las tanto quanto possível.

Julguemos com severidade somente as nossas próprias ações, pois todos nós temos defeitos a corrigir e hábitos a modificar, e muitas vezes, cometemos graves faltas.

Ser indulgente com as fraquezas do outro é uma forma de praticar a caridade.

O verdadeiro caráter da caridade é a modéstia e a humildade, que consistem em ver cada um apenas superficialmente os defeitos de outrem e esforçar-se por fazer que prevaleça o que há nele de bom e de virtuoso.

* * *

Reflitamos sempre se o que nos chega ao ouvido é absolutamente verdadeiro para ser passado adiante. Pensemos se o que vamos comentar também gostaríamos que as pessoas dissessem a nosso respeito.

Analisemos se é mesmo necessário falar sobre este ou aquele fato, se trará algum benefício ou se não prejudicará alguém.

Antes de cedermos ao impulso de passar adiante qualquer comentário, lembremos sempre das penas soltas ao vento, como se fossem as nossas palavras que, de nenhuma forma, podemos tornar a recolher.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. As penas, do livro E, para o resto da vida, de Wallace Leal V. Rodrigues, ed. O clarim e frase do item 18, cap. X, do livro O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, ed. Feb.

Em 18.08.2011.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Lucidez emocional

As emoções humanas respondem pelas várias manifestações que caracterizam a pessoa.

Quando equilibradas, promovem e elevam o “Ser”, dando-lhe credibilidade e firmeza, porém, quando desequilibradas podem trazer danos imprevisíveis, deixando seqüelas que vão do comprometimento das suas relações humanas e da sua saúde, à perda da própria vida, em acidentes orgânicos irreversíveis.

Os exaltados, os efusivos, os excessivamente entusiasmados ou os retraídos, reagem inebriados por emoções momentâneas; à semelhança de tempestades íntimas, elas irrompem expondo a pessoa em verdadeiras crises, que dão notícias dos sentimentos conturbados transitando no seu interior.

Dizem alguns que por serem muito lúcidos não conseguem ver as coisas e aguardar o tempo para a sua resolução, tem de resolver na hora; outros dizem que possuem sangue nas veias e que as coisas não podem passar sem resposta. Agem, reagem, tomam decisões impulsionados por esta força descontrolada que lhes governam; chamam de autenticidade o que não passa de grosseria, de verdade o que não passa de crueldade, de rapidez na decisão o que não é senão impulsividade; aberrações emocionais que certificam a imaturidade e o equívoco em que vivem; verdadeiro torpor moral.

Em que pese a necessidade de agir sempre com presteza e respeito à necessidade que se apresenta, muitos inescrupulosos se valem do seu temperamento agressivo e pouco ético para fazer valer suas opiniões, suas vontades - mesmo que equivocadas – a qualquer custo, sem ponderar o prejuízo material, moral e espiritual que podem trazer ao semelhante.

O homem que tem lucidez emocional é sereno e goza de relativo equilíbrio que lhe permite o bom trânsito nos vários desafios a que a vida lhe convida experimentar. Busca servir mais do que ser servido; procura sempre meditar no que diz, evitando palavras duras e maldosas que não resolvem, apenas fere e magoa; deixa sempre uma boa impressão no coração daquele que lhe ouve ou lhe desfruta da convivência; é gentil, tolerante e prima por ser verdadeiro, sem violentar a opinião ou a vivência de quem quer que seja. Evita agir com intenções ocultas que lhe confiram ganhos ilícitos ou conspirando de modo a destruir os outros.

Alertou Jesus: “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo [...]”.

ANIMEMOS O CORAÇÃO NA SERENIDADE QUE NOS ENSINOU, COM A LÚCIDA DECISÃO DE AMAR AGORA.

Autor: Adelvair David – mensagem publicada no Jornal “Folha Noroeste” no dia 13 de agosto de 2011.

Filme dos espíritos - divulgando

ESTRÉIA DIA 7 DE OUTUBRO

ACESSE AQUI:

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Estranho e incoerente

Ansiedade


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De nada adiantará teu desespero e aflição, pois a Vida Maior não te dará ouvidos dessa forma.

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Já tomaste plena consciência de tua ansiedade?

Notaste como estás atropelando os outros e a si mesmo?

Aonde queres chegar? Por onde caminhas?

Todas essas perguntas, respondidas sinceramente, poderiam abrir-te a mente para novas e melhores atitudes, garantindo-te estabilidade e segurança emocionais.

De nada adiantará teu desespero e aflição, pois a Vida Maior não te dará ouvidos dessa forma.

Vive com plenitude o presente e verá o futuro relatar as conseqüências dos teus atos do ontem, que contam tua própria história de vida.

Tudo aquilo que precisares aprender, discernir e compreender chegará em tua existência repetidas vezes até dares a devida atenção, efetuando assim a aprendizagem necessária.

A vida te escutará, auscultando tua intimidade, ou seja, tuas reais necessidades da alma.

A tua ansiedade não mudará o curso da Natureza. Tudo acontece naturalmente, visto que as Leis Naturais ou Divinas não promovem saltos nem extrapolam os ditames estabelecidos por Deus, inseridos nelas mesmas.

Não tentes mudar a sequência dos fatos. Existem etapas regidas por ciclos evolutivos que são, em verdade, o processo espiritual de desenvolvimento de cada um. Cada fase antecede a outra; portanto, tudo está equilibrado harmonicamente pelas normas do Poder Divino.

Analisa as plantas como modelo: se quiseres que elas cresçam e se desenvolvam, limita-te a deixá-las viver naturalmente, pois, por mais que possas dispensar-lhes cuidados e zelos contínuos, somente quando estiverem prontas é que brotarão e se cobrirão de flores.

Experiência é a soma dos teus desacertos e desenganos. O sábio conhece o limite do necessário porque nele reside uma capacidade extraída das diversas experiências vividas ao longo das existências. Em relação ao limite do necessário, assim declaram os Representantes do Espírito de Verdade: “Aquele que é ponderado o conhece por intuição. Muitos só chegam a conhecê-lo por experiência e à sua própria custa”.

Não queiras burlar as barreiras naturais do Universo, acalma-te, procura caminhar passo após passo, porque somente assim chegarás à serenidade que tanto procuras.

Não tentes fazer de tua vida um caminho meticuloso, calculando tua existência minuciosamente, pois estarás prejudicando o ritmo natural dos acontecimentos.

Deus fala contigo pela voz silenciosa de teu coração. Centraliza-te em ti mesmo e do âmago de tua alma perceberás amorosamente que, na Natureza, tudo cresce em harmonia. Analisa o fluxo da vida nas águas, nas plantas, nas flores, nos animais, nas pessoas e em ti mesmo e verás as oportunidades de crescimento que todo ser está destinado a alcançar.

Não tenhas pressas – a paciência te ajudará a atravessar o momento de crise e os frutos do amanhã serão proporcionais à tua paciência de agora.

Hammed / Francisco do Espírito Santo Neto –

“As dores da Alma” – pg. 153

sábado, 13 de agosto de 2011

Oração aos pais


Senhor !

Abençoa todos aqueles que têm a difícil tarefa de educar os filhos.
Dá-lhes coragem, compreensão e sabedoria.
Dá-lhes alegria e fé para que possam ser aqueles amigos que a juventude espera;
capazes de ouvir seus anseios sem recriminações;
capazes de aprender a mensagem de seus corações, sem confundi-la com a sua emotividade;
capazes de orientar a sua inteligência num justo termo,
sem muitas palavras vazias de significação.
Senhor, se todos os Pais do mundo não forem abençoados,o mundo será estéril e os pequenos, rejeitados;
não mais acharemos quem queira a responsabilidade de ser pai;
não haverá mais amor;
e o riso das crianças não será mais ouvido.
E a terra nada mais produzirá.
Não haverá estímulo, não haverá vida;
E o egoísmo levará o homem a exterminar seu irmão, pois não haverá a simplicidade de crianças para fazê-lo:

- pensar na pureza de um gesto;
- na responsabilidade de uma vida que depende do outro;
- na fraternidade humana de todas as criaturas.

Senhor !

Que todos os Pais do mundo saibam ser verdadeiramente Pais, amando, compreendendo e perdoando...


(Da obra de Ilka Neves e Algair Siqueira - "Dinâmica de Orientação Educacional")

Prece dos Pais


Pai nosso que estás nos céus, vela com carinho pelos pais que se dedicam e se esforçam, sofrem e pedem por seus filhos aqui na Terra...

Santificado seja o teu nome para que os filhos da carne possam agradecer a dádiva de poder ter a figura de um pai, ainda que desconhecido, para louvar...
Venha a nós o teu Reino, pois é dele que emana esse sentimento paternal, essa afeição especial que une pais e filhos...

Seja feita a tua vontade, agora e sempre, assim na Terra, entre os pais e os filhos que ainda desfrutam da oportunidade terrena, como no céu, onde os pais e os filhos que tu chamaste para o outro plano choram a saudade da distância momentânea em que se encontram...

O pão nosso, de cada dia, dá-nos hoje e permite que ele nunca falte onde quer que haja um pai a buscar alimento para o corpo e o espírito de seus filhos...

Perdoa as nossas dívidas e dá entendimento aos nossos filhos para que eles também possam nos perdoar os erros de ontem e de hoje, assim como nós perdoamos aos nossos devedores, especialmente os filhos queridos que tu, em tua infinita sabedoria, puseste em nosso caminho...

E não nos deixes cair em tentação, pois grande é a nossa fraqueza diante do ciúme e do egoísmo que o nosso sentimento de amor, ainda imperfeito, nos inspira, mas livra-nos de todo o mal, para que sejamos os pais que os nossos filhos esperam e necessitam para vencer as agruras desta vida e ganhar as bênçãos da verdadeira vida que está por vir...

Pois teu é o Reino para onde devemos conduzir nossos filhos, o Poder no qual devemos ensiná-los a ter fé e a Glória a que devemos, pais e filhos, louvar e agradecer, para todo o sempre...

Que assim seja, Senhor, para que todos nós, os pais da Terra, lembremo-nos sempre do compromisso assumido contigo e não abandonemos ao relento espiritual os filhos que são teus, mas que achaste por bem confiar aos nossos cuidados...

Graças a Ti!


- Maísa Intelisano -
São Paulo, 10 de agosto de 1993.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Dia dos Pais



De repente me surpreendo, pai Amigo,
Preocupado com a mensagem de carinho,
De quem, feliz, partilha o teu caminho
E se protege nas vibrações de teu abrigo.

O que fazer na festa deste ano?...
Se pouco tenho para oferecer-te.
Mas, o coração me pede para dizer-te
O quanto te quero bem, respeito e amo.

Amigo certo de toda hora que passa,
Ampara a família, por ela vive e labuta.
Na defesa dos filhos enfrenta qualquer luta,
Cumpre o dever para que o lar não se desfaça.

Nas minhas preces rogo sempre ao Senhor,
Por ti, paizinho, que taciturno ou brincalhão,
Jamais descuida da saúde ou da educação,
Dos filhos que sustentas com tanto amor.

Missionário, tua presença encoraja e acalma,
Os filhos que crescem alegres ao teu lado,
Aos quais te mostras severo e até \"quadrado\",
Mas, revelando sempre a grandeza de tua alma.

Se, por vezes, me rebelo na falsa ilusão,
É porque não sigo, com discernimento e desvelo,
Os exemplos que me dás, como modelo
E por isso peço-te envolver-me com teu perdão.

Minhas vibrações de gratidão e amizade,
Se elevam sempre em súplica ao Bom Deus,
Para que o Bem seja, nos caminhos teus,
Uma constante benção de muita felicidade!


Fonte: Lúcio Abreu - Nas Pétalas da Inspiração

Eles vivem


Ante os que partiram, precedendo-te na Grande Mudança, não permitas que o desespero te ensombre o coração.

Eles não morreram.

Estão vivos.

Compartilham-te as aflições, quando te lastimas sem consolo. Inquietam-se com sua rendição aos desafios da angústia quando te afastas da confiança em Deus.

Eles sabem igualmente quanto dói a separação.

Conhecem o pranto da despedida e te recordam as mãos trementes no adeus, conservando na acústica do espírito as palavras que pronunciaste, quando não mais conseguiram responder as interpelações que articulaste no auge da amargura. Não admitas estejam eles indiferentes ao teu caminho ou à tua dor.

Eles percebem quanto te custa a readaptação ao mundo e à existência terrestre sem eles e quase sempre se transformam em cirineus de ternura incessante, amparando-te o trabalho de renovação ou enxugando-te as lágrimas quando tateais a lousa ou lhes enfeitas a memória perguntando porque.

Pensa neles com a saudade convertida em oração.

As tua preces de amor representam acordes de esperança e devotamento, despertando-os para visões mais altas na vida. Quando puderes, realiza por eles as tarefas em que estimariam prosseguir e tê-los-ás contigo por infatigáveis zeladores de teus dias.

Se muitos deles são teu refúgio e inspiração nas atividades a que te prendes no mundo, para muitos outros deles és o apoio e o incentivo para a elevação que se lhes faz necessária.

Quando te disponhas a buscar os entes queridos domiciliados no Mais Além, não te detenhas na terra que lhes resguarda as últimas relíquias da experiência no plano material...

Contempla os céus em que mundos inumeráveis nos falam da união sem adeus e ouvirás a voz deles no próprio coração, a dizer-te que não caminharam na direção da noite, mas sim ao encontro de Novo Despertar.


Emmanuel

Francisco Cândido Xavier

terça-feira, 2 de agosto de 2011

RELIGIÃO E NÓS




Religião, em tese, é a presença do Criador na criatura, guiando a criatura
no rumo da perfeição.

Compreendendo assim, reconhecemos que todos os assuntos de administração
humana são temas das leis humanas, que a todos nos compete respeitar e
prestigiar.

*

Entretanto, no mundo de nós mesmos, é justo contar com a religião para
resolver-nos os problemas da vida íntima.

*

E, se a religião não nos ajuda a conduzir atitudes e sentimentos...

Se não nos ampara, nas horas de crise ou de tentação, ensinando-nos a
observar e raciocinar...

Se não nos suprime os conflitos de origem sexual, esclarecendo-nos que a
comunhão afetiva se relaciona com a responsabilidade dos parceiros que a
compartilham, baseando-se na lealdade aos compromissos assumidos e nas
decisões da consciência de cada um...

Se não nos propicia entendimento e resignação diante da dor,
demonstrando-nos com os princípios de causa e efeito que nunca feriremos a
alguém sem ferir a nós próprios...

Se não nos imuniza contra a revolta, ante as aparentes desigualdades
sociais, induzindo-nos a aceitar a Justiça de Deus imanente nas menores
ocorrências da vida...

Se não nos demonstra com visão nova da vida, para além do plano físico,
arrancando-nos ao desespero e sustentando-nos a paz e a conformidade, nos
dias cinzentos de adeus aos entes queridos, perante a separação temporária,
à frente do túmulo...

Então a religião terá fracassado, mas urge reconhecer que não fracassou e
nem fracassará, em sua elevada missão de tutora maternal das criaturas
terrestres, consolando-as e redimindo-as, nas múltiplas faixas de trabalho
em que se especifica; e, por testemunho do que afirmamos, temos atualmente a
Doutrina Espírita, entre os homens, restaurando o Cristianismo e explicando
as leis que regem o ser e o destino, a vida e a morte, o sofrimento e a
evolução, em todas as frentes da Humanidade.

(Fonte: “Mãos Unidas”, de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel).

Um Sublime Peregrino

Um Sublime Peregrino